Os negros não foram passivos à escravidão

Os negros não foram passivos à escravidão

Nivaldino Felix, com a bandeira
Nivaldino Felix, com a bandeira
Novembro se comemorar a semana da Consciência Negra. É um momento que não podemos viver só de reflexão, mas de ação. Momento de lembrar que milhões de homens e mulheres da raça negra, verdadeiros construtores dessa nação, humilhados e explorados de forma vil pelos bárbaros colonizadores portugueses, por quase 500 anos.
Os negros, para se livrar do cativeiro, tiveram  que lutar, não foram passivos à escravidão daí  onde houve escravidão no Brasil houve revolta dos africanos e de seus descendentes, contrário ao que diz a literatura oficial que preconiza em seus textos que a a raça negra não reagiu à escravidão.
Aqui, na Bahia, tivemos diversos movimentos de rebeldias dos escravos, mas dois desses  tiveram papel de destaque: a insurgência dos Malês, em 25 de janeiro 1835, quando os negros se organizaram para tomada do poder na Bahia. Em função  da delação o movimento não obteve êxito, e seus  líderes foram presos e condenados à morte. Outro movimento que ficou  conhecido na literatura oficial como Revolta dos Alfaiates aconteceu em agosto de 1798. Para os historiadores da causa negra é conhecido como Revolução dos Búzios, isto porque todos os seus  membros  andavam com  pulseira de búzios no braço. Com a derrota do movimento, seus verdadeiros  líderes – João de Deus, Faustino, Nascimento – foram condenados à morte, outros líderes como Cipriano Barata foi  condenado a uma pena leve, já que era branco.
O ensino oficial deu todos os méritos à Princesa Isabel pelo fim da escravidão, para nós o fim do sistema escravista se deu por duas razões diferentes. A primeira: foi a própria luta dos negros que determinou o término desse sistema. A segunda foi a decadência da relação de produção escravista, que não tinha mais sentido, uma vez que o avanço tecnológico na Europa, baseado na revolução industrial, não se permitia que houvesse mais escravos no mundo, já que escravos não tinham dinheiro para comprar produtos.
No Brasil, diversos movimentos de escravos tiveram ajuda dos ingleses, não que eles gostassem  dos negros, ou tivessem alguns sentimento da situação de penúria pela qual  viviam na escravidão, mas pelos interesses econômicos.
Para milhões de negros que vivem no Brasil a escravidão não acabou, ela continua atuando de outras formas, são milhões de descendentes de africanos vivendo na mais absoluta miséria em diversos bolsões de pobreza nos grandes centros urbanos no Brasil.
O Brasil,  indubitavelmente, tem uma grande dívida para com o povo negro, já que de suas mãos suadas e cansadas  e do   sangue derramado nasceu este gigante chamado Brasil.
Nivaldino Felix
Diretor Imprensa da APLB-Sindicato
Pesquisador e Escritor

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