APLB-SINDICATO MANIFESTA REPÚDIO POR AÇÃO DE VIOLÊNCIA E HOMOFOBIA CONTRA ESTUDANTE DO COLÉGIO JOSÉ DE FREITAS MASCARENHAS

APLB-SINDICATO MANIFESTA REPÚDIO POR AÇÃO DE VIOLÊNCIA E HOMOFOBIA CONTRA ESTUDANTE DO COLÉGIO JOSÉ DE FREITAS MASCARENHAS

A APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, manifesta repúdio contra a ação de violência e homofobia sofrida por um jovem estudante de 15 anos, do Colégio José de Freitas Mascarenhas, em Camaçari. 

O jovem adolescente foi espancado, com murros e chutes, por sete colegas em um ônibus escolar de Camaçari, na Bahia, na última sexta-feira (25). Após o ato de extrema violência ele precisou de atendimento médico. Segundo texto publicado nas redes sociais do jovem, o ataque foi motivado por homofobia.

O coordenador-geral da APLB,  professor Rui Oliveira, repudiou a ação e chamou a atenção para a defesa de uma sociedade inclusiva, acolhedora e livre dos discursos de ódio. “Devemos lembrar que, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), homofobia e transfobia são crimes previstos em lei. A APLB repudia qualquer tipo de violência e discriminação, principalmente no ambiente escolar. Nos colocamos solidários ao estudante, seus familiares e toda a comunidade escolar. Além de nos colocar à disposição para ajudar no que for necessário”, ressalta Rui.

A diretora Jhay Lopes, do Núcleo Transformação da APLB-Sindicato, além de repudiar veemente a ação de violência motivada pela homofobia, manifesta solidariedade ao estudante e seus familiares. “A APLB defende que o meio escolar deve propiciar e fomentar espaços para o diálogo, a discussão, reflexão e desmistificação dos muitos preconceitos que circundam a temática da diversidade sexual e consequentemente a homofobia. Devemos oferecer espaços de escuta em que os estudantes se sintam seguros. Se as pessoas acabam aprendendo a ser homofóbicas, elas também podem aprender o respeito à diversidade sexual. Não podemos naturalizar este tipo de ação violenta”, pontua Jhay. 

Por causa das agressões, o adolescente precisou ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, onde recebeu atendimento. A mãe do garoto, Mara dos Santos, de 50 anos, disse que descobriu o acontecido através da mãe de uma das colegas do jovem, que também foi atingida pelas agressões ao tentar se proteger.  “A mãe de uma das meninas ‘guardou’ ele dentro da casa dela e mandou buscar, porque queriam matar ele”, contou. 

Segundo Mara dos Santos, o adolescente ficou com hematomas na nuca, pescoço, pernas e braços, que chegaram a ficar roxos. Ela também contou que o psicológico do menino também está abalado. “Ele foi pra UPA [Unidade de Pronto Atendimento], tomou medicamentos. Teve hematomas na nuca e no braço, mas bateram mais na parte da nuca, na cabeça e nos ombros”, explicou. 

Ainda segundo a mãe do jovem, as agressões foram desencadeadas por causa de um vídeo publicado pelo filho nas redes sociais, em que imita um meme com uma amiga. “Ele está com o psicológico abalado, com medo, todo mundo ficaria. O pessoal está ameaçando ele de morte no Instagram, mandando fotos”, desabafou Mara. 

Assim como o menino, Mara também está abalada com o acontecido. Segundo ela, essa não foi a primeira vez que o filho sofre com o preconceito. 

Estudante do 1° ano do Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, o jovem agora tenta se recuperar do ocorrido. 

Secretaria de Justiça repudia caso

Em nota, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) lamentou a agressão sofrida pelo adolescente. “Nas imagens, o adolescente é agredido por outros sete colegas dentro do veículo. O jovem ficou ferido e precisou ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. A SJDHDS está acompanhando o caso junto à Secretaria de Educação (SEC) e a Diretoria do Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, onde o jovem estuda”, afirmou Carlos Martins. 

Ainda segundo o comunicado, por meio do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD-LGBT), a “SJDHDS colocou a equipe jurídica e psicossocial à disposição do estudante e sua família para acompanhar e orientar em relação ao caso e às providências cabíveis neste momento”.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que a gestão escolar já identificou um aluno do colégio envolvido no caso. A família e o conselho tutelar foram acionados. 

Fonte: Bahia Notícias

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