No Brasil ainda não se constituiu uma elite negra na acepção da palavra, mas está brotando alguma coisa parecida. Quando falamos em elite negra podemos estar falando de uma elite intelectual; podemos estar falando de uma elite política, ou podemos estar falando de uma elite financeira.
No campo político, existe um grupo de negros que tem vocação ideológica, que busca organizar outros negros, denunciando qualquer situação que venha vilipendiar os direitos de descendentes de africanos; outro grupo de negros que consegue ter ascensão no campo institucional, como: vereadores, deputados, senadores e prefeitos. Com rara exceção, poucos têm compromisso com os negros que estão na periferia da cidade, sem cobertor e sem amor. Estes ainda defendem de forma enfática este tipo de modelo de sociedade que existe no Brasil, muitas vezes atuam como capacho da elite branca, que historicamente explorou nossos antepassados e até hoje nos explora e nos humilha.
Entre os negros que atuam no campo intelectual, muitos tiveram acesso ao ensino superior mas se limitam apenas aos debates acadêmicos na universidade e nada fazem de prático para mudar este tipo de sociedade em que vivemos oprimidos. É bom lembrar que parte desse grupo acadêmico busca construir a luta por mudanças e transformações dessa sociedade capitalista, a qual a elite branca tem pleno domínio. Finalmente, os negros que pertencem a uma elite financeira são os que se consagraram no futebol e no campo musical, estes além de serem alienados, são conservadores e extremamente egoístas, nunca olham para seus irmãos da raça, a não ser para comprar seus discos e ingressos para os seus shows e frequentar os estádios de futebol.
Quando abordamos com certa ênfase estas situações, não é porque achamos que nossos irmãos negros não devam ter o que têm, conquistado muitas vezes com muito sacrifício. O que criticamos é que estes companheiros passam a se comportar como branco, assumindo os hábitos torpes. Olhe o que disse Frantz Franco, na sua obra literária – Pele Negra, Máscara Branca – “Do recanto da minha alma e através da zona sombria me vem este desejo repentino de ser branco, por que não quero ser reconhecido como negro”.
Quero dizer aos nossos irmãos que precisam pensar como Zumbi dos Palmares, Luiza Mahin, Negra Zeferina, Pacifico Licutan, João de Deus, Martin Luther King, Malcom X, Ângela Davis, Milton Santos, Abdias Nascimento, Nelson Mandela e outros.
Todos eles se posicionaram contra o sistema violento, desumano e opressor. Não podemos simplesmente dormir em berço esplêndido, como fala o Hino Nacional, e manter nosso povo eternamente com escravos.
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