Nivaldino Felix: “Precisamos produzir  uma pedagogia quilombola”

Nivaldino Felix: “Precisamos produzir  uma pedagogia quilombola”

      

No dia 23 de janeiro, o professor Neto Jones (Antonio Batista de Oliveira Neto), diretor da delegacia sindical e membro do núcleo da APLB, nos convidou –  Nivaldino  e Edimilson – para participar de um debate sobre Educação Quilombola. O quilombo fica a 25 quilômetros da cidade de Barra da Estiva, no sudoeste baiano. Denominado Camulengo, o quilombo está a 1.080 metros acima do nível do mar. Atualmente, o quilombo é comandado por um jovem, chamado de Nego, chefe guerreiro. Fomos bem recebidos e acolhidos com todo carinho por todos. No local, reina a paz e o espírito de solidariedade.

No quilombo existe diversos aspectos plausíveis, onde a natureza nos expõe um conjunto de beleza, como a gruta do meio-dia. É um local  lindo e maravilhoso, com figuras rupestres, um grande patrimônio dos povos que viveram ali há milhares de anos.

A principal reclamação dos moradores quilombolas diz respeito à Secretaria de Educação do município de Barra da Estiva, que cogita acabar com a escola dentro do quilombo, além disso os quilombolas reclamam do conteúdo pedagógico, dizem que não tem nada a ver com a sua realidade e, portanto, reivindicam uma pedagogia voltada para a realidade deles.

Nesse debate estavam representantes da Secretaria Municipal de Educação: a professora Neuza Araújo, e a técnica da Educação Marizete Martins; o já referido professor Neto Jones;  o Sr. Reinaldo Braga, líder da comunidade quilombola Moitinha; a professora Cristiane Pereira, professora do quilombo, entre outros representantes.

Vimos que há toda uma orientação, para todos aqueles jovens que estudam fora, quando voltarem, servir à comunidade. Por outro lado, eles tem um projeto denominado Projeto Limpa, no qual os jovens tem a incumbência de cuidar da natureza. Isto é ensinado através da educação oral, vimos também diversas revelações como adolescente poetisa Leiliane Costa. Ela declamou diversos poemas da sua autoria.

Como resolução ficou acordado que a Secretaria Municipal não vai  acabar com a escola e desenvolverá uma pedagogia voltada para a realidade do Quilombo Camulengo. Ao final houve uma apresentação do grupo Raízes da Terra, formado por moradores quilombolas, com seu organizador, um senhor de 78 anos, pai de vinte quilombolas. Todos moram no quilombo.

Um momento como este é que nos faz refletir que a união dos povos é um fator determinante para uma vida tranquila, onde o espírito egoísta é superado pelo espírito de solidariedade.

Nivaldino Felix – Diretor de imprensa da APLB-Sindicato e coordenador do DEFE

Edmilson Almeida – vice-coordenador do DEFE

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