Violência nas escolas: professores alertam

Professor Rui Oliveira fala na TV em 17 de março de 2009

 

 

Manifestação de estudantes contra a violência

 

 

Debate sobre a violência nas escolas

Estudante é esfaqueado por colega em escola

Crime em escola da Vila Canária choca a população

salvador |21.05.2009 – 08h39
Redação CORREIO 

A insatisfação com a falta de segurança deixou 3.200 alunos do ensino médio sem aula em Cajazeiras IV. Os professores do Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia fizeram uma paralisação de 24 horas, que termina nesta quinta-feira (21) à tarde, depois que uma professora foi assaltada à mão armada, na quarta-feira (20), dentro da unidade.

A escola, que tem 3,2 mil alunos e cinco pavilhões de aula, possui apenas dois vigilantes por turno. “Eles não dão conta porque a escola é muito grande”, conta a professora de biologia Ana Marta Alves, 45 anos.

Os muros do colégio, de cerca de 2m de altura, são facilmente transponíveis. Foi justamente pelo muro que o assaltante fugiu, e provavelmente também por onde entrou.

O assalto aconteceu às 11h20, quando uma professora de história saía de uma sala de aula. O assaltante encostou o revólver próximo à cabeça da professora e pediu a bolsa. “O descaso das autoridades é o limite entre a vida e a morte. Ele podia ter atirado em mim”, reage a professora, que pediu para não ser identificada.

Ela perdeu documentos, cartões e dinheiro. Por causa da paralisação da Polícia Civil, ela diz que não procurou prestar queixa. Na hora do roubo, o pátio do colégio estava vazio, pois os alunos foram liberados às 11h, devido à paralisação dos rodoviários.

A direção da escola deve enviar nesta quinta-feira (21) um ofício à Secretaria de Educação pedindo que sejam colocadas grades nos muros e que aumente o número de vigilantes, segundo a diretora Firmina Viterbo de Azevedo.

(notícia publicada na edição impressa do dia 21/05/2009 do CORREIO)

A Tarde – domingo – 17/05/2009

Violência atinge as escolas de Salvador

No mês de março deste ano, 28 adolescentes foram apreendidos em instituições de ensino depois de agressões, ameaças de morte e até portando armas, principalmente facas. É quase um caso por dia, a maior parte nas escolas municipais e estaduais da capital baiana e região metropolitana. No mês de abril, foram 23 casos.

“As justificativas são sempre as mesmas, eles alegam que estavam portando armas para se defender”, explica a titular. Como o menino de 16 anos flagrado, semana passada, entrando no Colégio Estadual Pinto de Aguiar, localizado no bairro de Mussurunga, com uma faca do irmão, membro do Exército. Segundo o depoimento do garoto, ele vinha sendo ameaçado por um colega: “Ele cismou que eu estava olhando para a namorada dele, mas era mentira”.

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Reportagem do jornal Tribuna da Bahia – Tatiana Ribeiro

 

Professores alertam para risco

Quase um ano após a morte de Renan Ferreira dos Santos, 15 anos, assassinado em abril do ano passado, na porta do Colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes, local onde estudava, no bairro do Cabula, mais um caso de violência nas escolas se repete. Na noite de anteontem, o aluno da 6ª série do ensino fundamental, Luan Bispo dos Santos, 18 anos, estava na sala de aula quando foi atingido por 13 tiros.

 

O secretário de Segurança Pública, César Nunes, esteve ontem no colégio estadual onde aconteceu o crime e afirmou que uma equipe de agentes, comandada por uma delegada especial, que não teve o nome revelado, ficará encarregada de investigar a morte do estudante Luan. “Já adotamos todas as providências e logo serão identificados os responsáveis por esse crime brutal.”, disse Nunes.

 

Para Rui Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Educação na Bahia, praticamente não existe segurança nas escolas públicas. “No ano passado um professor foi assassinado no bairro de Plataforma e um aluno morto no Cabula. Esses casos refletem a falta de segurança. É muito mais fácil ver um policial em frente a uma escola particular do que em uma pública”, comparou. Rui Oliveira ainda disse que os vigilantes não têm poder de polícia, por isso, não andam armados. Eles são encarregados apenas de “tomar conta” do patrimônio público. “Professores e alunos ficam à margem do perigo, principalmente durante o período noturno, quando existe uma maior incidência dos assassinatos. As polícias Militar e Civil deveriam dar uma maior atenção à violência nas escolas”.

 

No entanto, com o objetivo de combater a criminalidade dentro das salas de aula, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia anunciou o projeto Segurança nas Escolas. Serão 15 veículos e 10 motos que farão a ronda em torno das unidades públicas de ensino. A previsão é que o projeto seja implantado na próxima semana.

 

De acordo com Carlos Pedrosa, diretor geral da Secretaria da Educação do Estado, as rondas serão divididas em cinco pontos distintos da cidade e distribuídas nas imediações dos colégios Odorico Tavares (Corredor da Vitória), Nilton Sucupira (Mussurunga), Escola Parque (Liberdade), Luis Viana Filho (Brotas), e Bartolomeu Gusmão (Lauro de Freitas). “Essa é uma medida necessária porque sem segurança não existe educação”, garantiu.

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