Violência contra a mulher: a educação liga

Violência contra a mulher: a educação liga

Em apoio à campanha nacional de combate à violência, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) produziu cartazes e vai levar o debate sobre a violência contra as mulheres para as escolas públicas, visando estimular as denúncias por meio da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

Segundo a secretária de Relações de Gênero da CNTE, Isis Tavares, os estereótipos de gênero são criados a partir da organização e construção social das relações estabelecidas entre mulheres e homens e a escola é o espaço que pode reforçar ou questionar esses estereótipos. Isis enfatiza que a agressão doméstica extrapola as relações familiares e acaba identificando as mulheres como alvo de todo tipo de violência, seja ela física, psicológica ou simbólica.

“Comportamentos aparentemente despretensiosos e inofensivos, de apelidos pejorativos a piadas ou palavras de baixo calão dirigidas às alunas, às professoras ou funcionárias da educação, acabam por gerar situações que vão desde constrangimentos até às vias de fato”, afirma a secretária.

A CNTE, que possui uma base formada por uma grande maioria de mulheres, entende que sua luta não se restringe às questões específicas da categoria. Isis lembra que consiste também na luta pela emancipação das mulheres, combatendo a opressão de gênero e de classe, “também, e especialmente, nas escolas, que devem ter um compromisso com a construção da democracia e da igualdade entre homens e mulheres”.

Berenice Darc, membro da Secretaria Executiva de Política Educacional da CNTE, destaca o papel da escola no combate ao problema: “Hoje cada dia mais no Brasil a gente vive a repressão doméstica e a violência contra a mulher é uma das grandes preocupações da sociedade e da comunidade educacional. A escola é um espaço de debate, de discussão, de formação.”

Segundo ela, o assunto deve ser incluído no currículo desde o início da vida escolar: “É importante que desde os pequenininhos tenhamos essa preocupação sobre a discussão de gênero e que a escola seja um dos espaços formais onde se discuta o não à agressão contra a mulher. E a campanha eu ligo 180 – e a educação liga, por isso é importante que a CNTE faça essa grande discussão, para que o caminho formal da escola também possa apontar para o fim das violências. ‘A escola liga’ uma campanha que é minha, que é sua, que é importante que todos nós participemos”.

A ideia é que as escolas organizem atividades para problematizar a violência contra as mulheres na comunidade escolar, além de divulgar o Disque 180, por meio da distribuição dos cartazes e promoção de reuniões e palestras.

Marta Vanelli, secretária geral da CNTE, também aposta na força da educação para vencer a intolerância: “A gente vive um momento do país onde existe muito tipo de intimidação, entre os próprios alunos, entre alunos e professores, e aproveitar uma campanha nacional contra a violência faz parte desse processo educacional de também acabar com todos os tipos de opressão. Por isso que a educação também liga para o 180”.

Fonte: CNTE

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