Professores protestam na BR-101 contra morte de sindicalistas da APLB

A Tarde Online – 15 de outubro de 2009

 

Às 12:32  ATUALIZADA às 14:18

 

Cerca de 60 professores realizaram uma manifestação nesta quinta-feira, 15, na BR-101, a 10 km de Eunápolis. Todos são docentes que atuam em cidades vizinhas e fazem parte da APLB – sindicato da categoria. Pneus e galhos de árvores são queimados, deixando o trânsito lento no local.

Os professores pedem que a polícia agilize as investigações no caso da morte de dois membros da APLB que foram assassinados no mês passado depois de um atentado no povoado de Roça do Povo.

De acordo com o coordenador da 23ª Companhia de Polícia do Interior (Corpin), Evy Paternostro, dez pessoas foram ouvidas e faltam chegar alguns laudos técnicos da Polícia Técnica sobre o caso.

O crime aconteceu no dia 17 deixando morto o secretário da APLB, Elisney Pereira dos Santos. O presidente local do sindicato, Álvaro Henrique Santos, faleceu depois de passar quatro dias em coma no Hospital São Rafael, em Salvador.

Na época do crime, familiares de Álvaro afirmaram que ele vinha sofrendo ameaças de morte porque denunciava irregularidades na eleição do sindicato.

 

*Com informações de Mário Bittencourt, da sucursal Eunápolis de A Tarde

 

 

 

 

A Rede Imprensa Livre enviou ofício ao deputado João Carlos Bacelar, da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, exigindo mais rigor do Legislativo na apuração dos crimes contra os professores de Porto Seguro:

 

Exmo. Sr. Deputado

João Carlos Bacelar (PTN) – Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembléia Legislativa da Bahia

Saudações.

A cidade de Porto Seguro continua aguardando uma posição do inquérito (sob sigilo) que apura o duplo homicídio dos professores Elisnei Pereira e Álvaro Henrique, dirigentes sindicais da APLB local.

Estamos há 20 dias desse crime bárbaro e nenhuma palavra oficial da Polícia foi dita para a sociedade até o momento.

A cidade respira tensão, medo e perplexidade.

Soubemos que a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembléia virá a Porto Seguro para uma Audiência Pública do caso, no próximo dia 18.

Estamos confiantes de que até lá já tenhamos pelo menos uma declaração oficial da Polícia sobre o andamento do inquérito.

Publicamos aqui na região Extremo Sul um Blog de informação e opinião e um jornal impresso quinzenal, ambos levam o nome de Imprensa Livre.

Anexo a este email um print da capa do Blog na edição de hoje (7/10) com um banner da contagem progressiva dos dias em que o silêncio sobre o caso prevalece.

Pretendo manter a contagem publicada até o dia em que o crime for elucidado.

E esperamos contar com o apoio da Comissão cujo o V.Exa. é presidente.

Aguardamos retorno.

Informamos, em tempo, que uma cópia deste email está sendo enviada também para outros parlamentares baianos e para a APLB Bahia.

Sds.

 

Rede Imprensa Livre

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Notícias de 28 de setembro

 

Em assembléia realizada pela APLB Sindicato no Colégio Municipal de Porto Seguro, na segunda-feira, 28, à tarde, os professores deliberaram pela manutenção da paralisação, uma vez que as reivindicações não foram atendidas pelo Executivo. A pauta apresentada pelo sindicato é referente a reajustes salariais e melhoria na educação. Também foi reafirmado o desejo de justiça pelas mortes dos professores Álvaro Henrique Santos e Elisney Martins Pereira.

O coordenador-geral da APLB-Sindicato, professor Rui Oliveira, e o 2º Secretário da entidade, Claudemir Nonato, participaram da assembleia e reafirmaram o apoio do sindicato às famílias dos professores assassinados.

O professor Jurandir Nascimento criticou a intransigência do Executivo. “Eles simplesmente dizem que não podem dar nada e nos apresentaram uma planilha técnica toda explicadinha, à qual não tivemos condições de responder”, declarou.

Em relação ao atentado contra os educadores, o professor Alcyone Gilberto disse que a tragédia reforçou a determinação da categoria. “Além de todas as questões que debatemos hoje, esse foi o grande assunto (o assassinato dos professores) moral ao qual nos concentramos”, afirmou.

Após a reunião, foi realizada uma caminhada pela paz, com mais de mil pessoas vestindo camisas brancas e portando faixas e cartazes pedindo paz e justiça.

 

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Em 21 de agosto publicamos a informação da paralisação em Porto Seguro, com informações do professor Álvaro Henrique, que depois sofreria o atentado – no qual foi assassinado o professor Elisney.

A categoria está em greve, contra a violência no município e o crime cometido contra os professores e sindicalistas.

Veja informações do jornal O Sollo

 

 

Professores fazem nova paralisação

 

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação

veja mais fotos

 

por: Ana Carolina Madeira

Jornal O Sollo

 

Os professores da rede pública municipal de Porto Seguro voltaram a fazer paralisação hoje, dia 20 de agosto. Serão 15 dias de paralisação. Cerca de mil professores, pais e alunos participaram do evento.

Às 10h da manhã, fizeram uma passeata com apitaço nas principais ruas da cidade, com apoio da população. De acordo com o presidente da APLB-Sindicato de Porto Seguro (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), Álvaro Henrique Santos, 11 mil alunos estão sem aula, o que representa 33% do total de estudantes no município. Vários concursados ainda não tomaram posse e querem trabalhar.

“Reivindicamos mais professores em sala de aula. Temos 11 mil alunos sem aula, temos alunos em salas de 2 x 3 (metros), desativaram um lava-jato e utilizam como sala de aula improvisada. A verba do Fundeb teve aumento de 30% e nada foi repassado, queremos reajuste de salários. Mais de 42 milhões do Fundeb”, declaram Santos. Várias pessoas que assistiram a passeata apoiaram, disseram que estavam certos.

Usaram o exemplo do lava-jato como metáfora para que “limpe a educação, que sirva de rampa para os alunos serem prefeitos de Porto Seguro, mas com educação de qualidade”. Ainda lembraram o exemplo da manifestação dos índios, quando chegaram ao cruzamento das avenidas dos Navegantes e 22 de Abril, no centro da cidade. “Se os índios podem, nós também podemos. Vamos seguir o exemplo deles”, falaram os protestantes. Neste local, contaram com a presença da Polícia Militar.

Eles pediram a compreensão dos motoristas para esperarem um pouco pela manifestação. Cantaram o Hino Nacional e seguiram pela Avenida 22 de Abril, entraram na Getúlio Vargas, entre outras ruas. Passaram por diversas secretarias municipais, e outros órgãos governamentais. Professores reclamam das más condições das salas, “presas em celas”. Até o momento, não houve pronunciamento oficial da prefeitura de Porto Seguro. A redação do Jornal O Sollo procurou assessores de comunicação, mas já havia encerrado o expediente.

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