Professor do Amapá é destaque com ensino da língua francesa em escola rural

Professor do Amapá é destaque com ensino da língua francesa em escola rural

Profissional da educação modular, ele viaja cerca de 24 horas de barco até o local de trabalho

Pelos rios do Norte e uma parte do oceano atlântico, o professor Osvaldino Santos Silva, 35, viaja ao encontro de seus estudantes da Escola Estadual Benevenuto Soares Rodrigues, localizada na zona rural do estado do Amapá. São cerca de 24 horas de barco pelas águas amazônicas até chegar ao Distrito de Bailique, onde o educador do Ensino Modular se dedica a expandir o aprendizado dos seus alunos por meio do idioma francês. 

Com o projeto “Apresente-se: diálogos audiovisuais de iniciação ao estudo da Língua Francesa”, Osvaldino foi o vencedor da segunda edição do concurso Juventude que Muda a Educação Pública, da CNTE, pela Região Norte. 

O projeto se torna ainda mais grandioso por isso, por ser aplicado em uma área rural”, considera o educador. Movido pelo propósito de ser um agente transformador por meio da educação, ele usa sua trajetória como exemplo para mostrar aos estudantes o mundo de possibilidades que a educação proporciona. “Dizer para os meus alunos que, se eu consegui, eles também podem”, enfatiza.

Com licenciatura plena em Letras Francês e especialista em Administração, Supervisão e Orientação Escolar, o educador completa uma década de trabalho na educação. 

Por seu trabalho em sala de aula, tem colecionado premiações pelos bons resultados no ensino dos alunos no estado. 

“A iniciativa surgiu como ferramenta diferenciada de aprendizagem. Meu propósito foi fazer com que o aluno buscasse aprender a língua francesa por meio da práxis – memorizando, ensaiando e apresentando seus próprios vídeos”, ele explica.

 

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Junto com os vencedores das outras regiões, Osvaldino foi premiado com uma viagem até Recife, Pernambuco, onde irá apresentar os resultados do seu trabalho no Encontro Pré-Congressual da Juventude da CNTE, que acontecerá nos dias 17 e 18 de julho de 2025.

“Foi maravilhoso saber que fui um dos vencedores.  Eu já ganhei alguns prêmios nacionais e esse veio somar e enriquecer mais ainda o meu trabalho”, celebra.

 O Concurso

Segundo Luiz Krehram, que coordena o Coletivo de Juventude da CNTE ao lado de Bruno Vital, a iniciativa surgiu ao perceberem que muitos jovens, ao ingressarem na educação pública, chegam com muita vontade de transformar a sociedade e o ensino, e não enxergam na militância sindical, necessariamente, a única maneira de alcançar esse objetivo.

“Eles/as estão extremamente engajados nessa mudança, e poderiam estar se dedicando a projetos educacionais nas suas unidades escolares. Então, como uma forma de aproximar a CNTE, os seus sindicatos filiados e o Coletivo de Juventude desses educadores jovens e engajados, com um profundo sentimento de transformação da educação pública, a gente pensou nesse concurso”, explica o dirigente.

Os coordenadores revelam ainda a dificuldade na seleção dos vencedores da segunda edição do concurso, devido às boas iniciativas inscritas. 

“O nosso objetivo continua o mesmo: tentar chegar nas iniciativas de jovens do Brasil todo e dar visibilidade ao que tem sido feito, seguindo a pedagogia freireana. Essa segunda edição veio consolidar o nosso concurso que, mais uma vez, obteve bons projetos inscritos, com boas ideias que estão sendo trabalhadas pelos educadores jovens no Brasil”, destaca Bruno Vital.

 

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