“O PREDADOR, BOLSONARO” por João Fernando Gouveia

“O PREDADOR, BOLSONARO” por João Fernando Gouveia

Recorro ao Google, valendo-me do seu dicionário, para certificar-me do significado correto do termo, porque foi esse que me veio à mente, quando li que em 60 dias fora do Brasil, o genocida ex-presidente já gastou dos cofres públicos brasileiros, diga-se dos tributos, que pagamos caro, nada menos que R$439 mil em despesas com os assessores que o acompanham. Fora os salários. Há prerrogativas e mordomias ilegítimas demais.

Pois bem, a palavra que me assaltou à mente foi Predador – aquele que preda. Eis outro mimoso título para o CV do ex-capitão.

Além de nada fazer de bom, útil e grandioso ao país e ao seu povo, o imbrochável fujão refugia-se nos ‘estates’, vivendo perdulária e vergonhosamente, sem trabalhar, às expensas de dinheiro público brasileiro. “Acabou a mamata, né?” Era assim que falavam, não era?

Então, revoltado, mas tentando entender essas loucuras que acontecem no Brasil, por em ordem as travessuras dos meus dois neurônios, convoco aos brasileiros a deixarem de pagar toda carga tributária a eles imposta por seis meses até esse desplante acabar. É muito atrevimento, é topete alto, darmos essa boa vida ao infeliz que só fez aumentar o sofrimento dos que já sofriam demais. Como um animal predador, insensível, debochado com as dores do povo, destruiu, aniquilou, desmontou, completamente a estrutura da assistência social, cultural, deixou 500 mil pessoas morrerem de Covid, Ianomames à chacina na míngua, Amazônia e Pantanal incendiados, 15 milhões de desempregados, a miséria estampada nas praças das capitais, a milícia, a FOME, o garimpo ilegal, o armamento geral, e inflação de dois dígitos. E ria e debochava e curtia de Jet Sky, abastecido no posto Ipiranga. Depois da derrota, seus seguidores enrolados nas bandeiras e camisas da CBF tentam contato sonoro e luminoso em celulares com ETs, aloprados predam o patrimônio público e ameaçam a democracia.

Se os poderes da nação, as autoridades, gestores, políticos, magistrados, instituições, órgãos, sindicatos e o povo em geral não se manifestarem e cobrarem providências para essa desonra, onde ficarão a Moral e a Ética que querem ver instituídas no país?

Os momentos de indignação com esse sujeito e seus seguidores são muitos e variados, merecem e devem ficar no passado. Mas deixar de se indignar é relativizar a maldade, é se acumpliciar ao crime. Seus atos, seus equívocos, suas bravatas e suas vítimas solicitam sua imediata extradição para que ele possa ter o direito a um tribunal e de se defender, ser julgado e sentenciado, para voltarmos a acreditar que nem tudo no Brasil acaba em Pizza ou em Copa perdida.

João Fernando Gouveia, o autor é biólogo, professor e poeta baiano

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