A educação pública no Brasil não foi implantada nem para negros nem para pobres, e sim para os ricos. A decadência desse ensino se deu a partir do momento em que a concepção educacional no Brasil mudou. Ao mesmo que os pobres e os negros começaram a ter acesso à educação, os gestores fizeram com que a qualidade educacional caísse de forma vertiginosa.
Mesmo sem a qualidade que o ensino requer, os negros passaram a ter dificuldade para se instruir em função do medo das classes dominantes que as camadas mais baixas, através da educação, ameaçassem seu poder. A partir do momento em que teve conhecimento histórico da escravidão, o negro quis sua liberdade, e inegavelmente a classe dominante brasileira sempre dificultou a educação do negro no Brasil, para continuar mantendo a dominação. É a educação que dá o pontapé inicial para que os negros encontrem o caminho da libertação.
Muitos cursinhos bem intencionados que existem no Brasil, organizados e dirigidos por organizações negras e financiadas por brancos reacionários não propõem uma educação libertadora e sim uma educação que mantém o status quo, onde os negros vão para o mercado de trabalho disputar vaga.
Diante de nossa concepção de ensino a educação de qualidade no âmbito do atual sistema educacional não existe, por mais requintada que seja, para nós a educação de qualidade é aquela que se propõe a fazer mudanças estruturais na sociedade no sentido de ajudar a construir um novo tipo de homem desprovido de egoísmo.
Quando os negros ingressam na escola pública, as condições que são dadas são as piores possíveis, sem o mínimo necessário para o professor aplicar as aulas, além dos métodos medievais de ensino e castigos rigorosos com dificuldades de aprendizados. .
Este tipo de educação que aprendemos nas escolas públicas e privadas, é da natureza do sistema capitalista, ensina nosso povo a ser individualista já que é uma educação competitiva.
Nivaldino Felix
Diretor de Imprensa da APLB-Sindicato
Coordenador do DEFE-BA
Escritor