Movimentos Sociais realizam marcha por mais direitos nesta quarta-feira (10), às 15h, do Campo Grande até a Castro Alves
Os movimentos sociais da Bahia se uniram para exigir mais reformas e mais direitos. A Marcha popular acontece nesta quarta-feira, 10 de dezembro, às 15h, com saída da Praça do Campo Grande e percurso até a Praça Castro Alves, com paradas estratégicas em alguns pontos da Avenida Sete de Setembro.
A realização da marcha foi deliberada pelo Fórum dos Movimentos Sociais da Bahia, que se reuniu, em Salvador, e divulgou uma nota condenando as ações das forças reacionárias – que não aceitam a derrota das últimas eleições e que vão compor a maioria das cadeiras do novo Congresso – e exigem “reformas estruturais, democráticas e populares”. Abaixo, a íntegra do documento:
“POR MAIS REFORMAS E MAIS DIREITOS
Durante o processo eleitoral um projeto de desenvolvimento econômico acompanhado de distribuição de renda ganhou nas urnas com Dilma. Apesar dessa vitória as forças neoliberais arquitetam um cerco político ao governo vitorioso, tendo como principal articulador a mídia, que disputam cada milímetro na composição do governo. Atuam em diversas frentes ao mesmo tempo, através das chantagens econômicas do capital financeiro e das mobilizações de rua de cunho fascista. Setores extremamente elitistas chegam ao absurdo de falar em impeachment e pedir o retorno da ditadura. São os mesmos que articularam, logo após a vitória de Dilma, a derrubada na Câmara do Decreto 8243, responsável por instituir a política nacional de participação social que regulamenta e cria conselhos. Precisamos impedir que isso se repita no senado e cobrar para que tenhamos regulamentada na Bahia uma legislação semelhante à proposta apresentada pela presidenta.
Teremos ainda, a partir de 2015, um congresso com a composição mais reacionária desde a ditadura militar. Ampliou-se a presença de militares, conservadores e empresários, ao mesmo tempo em que reduziu a presença de trabalhadores, sindicalistas e parlamentares ligados aos movimentos populares. Um congresso aprisionado pelo poder econômico onde apenas 10 empresas financiaram 70% dos candidatos. Financiamento esse que é a raiz dos esquemas de corrupção, promovendo um irracional e imoral desequilíbrio de representatividade. Fica latente a crise do nosso sistema político, onde o congresso vai de encontro à vontade popular que já expressou a vontade de ter mais direitos e mais reformas, seja nas manifestações de junho de 2013, seja na eleição de Dilma em 2014.
Para alterar a correlação de forças que aponte para o governo o rumo dos avanços, será necessário realizar uma profunda democratização dos meios de comunicação combinada com uma reforma política democrática, através de um conjunto de iniciativas que precisam ser fortalecidas conjuntamente. São os projetos de lei de iniciativa popular da Coalizão Democrática e do PT, que tratam de questões como o fim do financiamento privado das campanhas e o aprofundamento da democracia, bem como a realização de um plebiscito oficial que pergunte à população se ela é favorável à convocação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para mudar o sistema político.
De nossa parte, dos movimentos populares, sindicatos e organizações políticas, seguiremos construindo uma imensa frente popular, de massa, que retome a discussão sobre qual o projeto de país que queremos: que estimule as lutas sociais, a conscientização e a organização popular; que intensifique a luta por melhores condições de vida dos trabalhadores, que levante bem alto a bandeira pelo fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40h sem redução dos salários etc. Enfim, defendemos um programa de ampliação dos direitos sociais e da democracia, queremos um país mais justo, solidário e soberano. Para tanto, exigimos reformas estruturais, democráticas e populares.
Nesse sentido, convocamos todas e todos a se somarem à marcha popular por mais direitos e mais reformas. Que acontecerá no dia 10 de dezembro (quarta-feira), com a concentração na praça do campo grande às 15h.”
Assinam essa convocatória:
APLB-Sindicato, CUT, CTB, Força Sindical, UGT, Intersindical, Nova Central Sindical, Consulta Popular, MST, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, MAB, MSTS, MSTB-DL. FABS, FAMEB, CMP, CONEN, CEN, UNEGRO, UJS, UEB, ABES, UBES, UBM, PT, PCdoB, PSB, PDT.