Movimento Negro se ergue como um furacão, afirma Nivaldino Felix

O Movimento Negro, depois de anos de letargia, vem se erguendo com uma tenacidade própria, o que sempre foi a sua característica. Nas ultimas semanas, se destacou em  três atividades importantes em Salvador: a Plenária Nacional da Convergência Negra; o seminário relacionado à militância negra e a atuação nos partidos de  esquerda na Bahia; e a palestra da grande líder revolucionária, principalmente nos anos 60, nos Estados Unidos, Angela Davis.

É importante que nesse momento, quando vivemos na era da incerteza, o movimento da causa negra se incorpore ao projeto dos setores democráticos e de esquerda, no sentido de ser mais um elo de resistência ao fascismo que vem se estabelecendo em nosso país, onde os  direitos do   povo negro, principalmente, são atacados  de forma contundente pelo governo traidor da pátria e repleto de bandidos.

No debate do dia 22 de julho, no Sindae, vimos boas intervenções por parte dos palestrantes e, ao mesmo tempo, vimos discursos confusos, de conteúdo idealista, mas o que importa nesse momento é a volta do Movimento Negro trilhando para cumprir a sua missão, que é de organizar e libertar milhões de homens e mulheres negras da miséria e pobreza, o que só pode acontecer se os negros estiverem organizados.

Importante salientar que a União de Negros Pela Igualdade – Unegro – continua sendo protagonista dessa nova era principalmente, e, a nosso ver, é a entidade política do movimento que está mais organizada e mais preparada para o enfrentamento político e ideológico nesse momento.

Mas é preciso que o Movimento Negro mostre sua face como um movimento independente em qualquer governo, seja ele de direita ou de esquerda, já que a realidade nos mostra que muitos militantes foram cooptados para servir ao governo na era Lula e Dilma. Além disso, muitas vezes o movimento ficou atado a determinadas alianças entre partidos.

Nivaldino Felix – Diretor de Imprensa da APLB-Sindicato, escritor e militante da Causa Negra