Mesmo sem base jurídica, Câmara aprova admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma
Mesmo sem comprovar crime de responsabilidade, a Câmara dos Deputados aprovou neste domingo (17) a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O placar foi de 367 votos a favor do impeachment, 137 contra, além de 7 abstenções e 2 ausentes. Para ser aprovado na Câmara, o processo dependia do voto de no mínimo 342 dos 513 deputados, ou dois terços do total.
O julgamento vai agora para o Senado e, enquanto isso, a presidenta Dilma Rousseff segue no cargo até o fim da análise dos senadores.
No Senado, a sessão será conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que após formar uma comissão que analisará o processo, terá um prazo de 10 dias para a emissão de um parecer a ser votado pelo plenário da Casa.
Para que a presidenta Dilma seja afastada provisoriamente do cargo, é preciso que a maioria simples dos 81 senadores, ou seja, 41 votos sejam favoráveis ao impedimento.
Caso seja aprovado no Senado, quem assume a presidência provisoriamente é o vice-presidente, Michel Temer (PMDB). O Senado terá um prazo de até 180 dias para análise do processo. Se os dois terços favoráveis ao impedimento não forem alcançados, Dilma Rousseff é absolvida e reassume o governo imediatamente.
O placar na Câmara dos Deputados reafirma a natureza do acirramento político em que se encontra o país desde a derrota da oposição nas eleições de 2014.
A reação já começou. A Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo lançaram carta aberta contra o golpe e conclamam os movimentos sociais de todo o país para intensas manifestações nas próximas semanas, inclusive no dia 1º de maio, quando se celebra o Dia do Trabalho.
Ato contra o golpe reuniu milhares de manifestantes no Farol da Barra
Desde as primeiras horas da manhã de domingo (17), milhares de baianos, entre trabalhadores, lideranças sindicais, grupos culturais, políticos e representantes de diversos movimentos sociais, defensores da democracia, começaram a ocupar o Farol da Barra, em Salvador, para resistir ao golpe e acompanhar pelo telão a votação da admissibilidade de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados. Ao final o clima foi de frustração e ao mesmo tempo de disposição de continuar a mobilização e luta contra o golpe.
Durante o ato, a APLB-Sindicato esteve representada por integrantes da diretoria executiva e dirigentes da entidade diversos municípios do interior,além de companheiros da base
Confira aqui algumas fotos do ato:
Com informações do Portal Vermelho