Lei proíbe o uso de celulares nas escolas do Rio Grande do Norte

Lei proíbe o uso de celulares nas escolas do Rio Grande do Norte

Está em vigor a Lei que proíbe que crianças e adolescentes utilizem aparelhos smartphones nas escolas de ensino fundamental e médio no Rio Grande do Norte.

A Lei nº 11.674 surgiu após a Unesco produzir um relatório em que aponta que a exposição a telas atrapalha a socialização e aprendizagem dos estudantes, relacionada à distração, baixa disciplina e instabilidade emocional, de acordo com o estudo da agência da ONU especializada em educação. Assim como o RN, outros estados, municípios e países estão tomando medidas semelhantes para impedir que alunos utilizem celulares durante os horários de aulas.

Bahia

Existem projetos de lei em tramitação na Bahia que propõem a proibição do uso de celulares em salas de aula: 

  •  O vereador André Fraga (PV) apresentou o Projeto de Lei nº 302/2023, que proíbe o uso de celulares, MP3, MP4 e outros aparelhos eletrônicos nas salas de aula de Salvador. O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Salvador. 
  •  O deputado Roberto Carlos (PV) apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) que proíbe o uso de celulares nas salas de aula da rede pública e privada da Bahia. O projeto também se aplica a outros dispositivos tecnológicos. O argumento é que a tecnologia atrapalha a concentração dos estudantes. 
Segundo o texto de um dos projetos, o celular deve ficar desligado o tempo todo em que o aluno estiver na escola e só pode ser usado com orientação do professor. 

 De acordo com a Lei potiguar, smartphone compreende todo tipo de aparelho celular com sistema operacional e programas (aplicativos) com funções de telefone, câmera, acesso à internet, relógio, tocador de músicas, vídeos, estações de rádio e quaisquer outros recursos típicos de computadores pessoais.

Nesse sentido, o Colégio Marista, em Natal, instituiu um projeto para conscientizar os estudantes sobre o uso do aparelho durante os estudos.

Segundo a coordenadora pedagógica do Marista, Janaína Bezerra, estudos têm mostrado que o uso do celular por crianças e adolescentes de modo excessivo pode ser prejudicial à saúde, em especial à saúde mental, sendo um dos principais responsáveis pela perda de foco e atenção durante as aulas.

“O Marista acompanha as demandas da sociedade atual e é comprovado, não só pelas nossas experiências, mas por estudos feitos por especialistas que o uso excessivo das telas e smartphones tira o foco dos estudantes e diminui a produtividade dentro do processo de aprendizagem. Apesar de a tecnologia ser uma ferramenta muito rica enquanto elemento que pode contribuir para esse processo de aprendizagem, mas percebemos que esse elemento quando não é utilizado para fins pedagógicos tira o foco do estudante. Então esse nosso projeto não é só por conta da nova legislação implantada, mas também pelo nosso entendimento que precisamos fazer cada vez mais com que possamos oferecer um ambiente de aprendizagem de forma fluida”, disse.
Janaína detalha o projeto do Marista para conscientizar os estudantes sobre o uso do celular nas aulas | Foto: Adriano Abreu

 

Desde que a legislação foi sancionada, o Marista passou a fazer um trabalho de conscientização e sensibilização junto a pais e estudantes. Recentemente, foram implantados armários em sala de aula, no qual os estudantes guardam seus celulares durante as aulas e só utilizá-los nos intervalos ou em atividades com fins pedagógicos. Além disso, a escola instalou placas nas salas de aula e nos corredores informando a restrição do uso do celular.

“Iniciamos o ano com um processo de conscientização por meio das famílias através de informativos. Falamos que, gradativamente, esse uso seria proibido na escola. Fizemos informativos e campanhas junto a estudantes com os orientadores educacionais. Trabalhamos de forma preventiva a consciência do uso em excesso e do lugar adequado que não fosse na hora da aula”, acrescentou a coordenadora.

Ainda segundo a coordenadora pedagógica do Marista, Janaína Bezerra, o Ensino Fundamental II foi escolhido para a primeira experiência com os armários. A ideia é ampliar para o Ensino Médio futuramente. Mesmo com o uso com fins pedagógicos sendo permitido, a escola dispõe de notebooks para atividades específicas.

“Temos os laboratórios móveis que são os notebooks. A cada aula isso é programado e a princípio não temos necessidade do uso do celular pois disponibilizamos os aparelhos para os alunos, mas existem salas de aula que o professor tem a possibilidade de fazer com que seja utilizado o celular, desde que com fim pedagógico”, acrescenta.

Promulgada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte no dia 17 de janeiro, a Lei de Nº 11.674 dispõe sobre a proibição do uso de smartphones em salas de aula para fins não pedagógicos no Estado do Rio Grande do Norte. De autoria do deputado estadual Hermano Morais (PV), a Lei veda o uso de smartphones durante o horário de aulas nos estabelecimentos de educação de ensino fundamental e médio no Estado do Rio Grande do Norte.

Seminário IA

Apresentamos aqui um trecho do seminário promovido pela APLB-Sindicato que debateu os impactos da Inteligência Artificial na Educação. No vídeo, o Mestre em Educação, Nelson Pretto, expressa a sua opinião sobre o uso de celulares na sala de aula. Veja!

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