Falsos nudes com Inteligência Artificial são a nova ameaça para as escolas

Falsos nudes com Inteligência Artificial são a nova ameaça para as escolas

Quatro alunos foram expulsos de uma escola particular de Cuiabá após usarem inteligência artificial para criar fotos pornográficas falsas de colegas. Ao menos 30 pessoas tiveram imagens modificadas pelos adolescentes. Não há detalhes sobre a idade das vítimas, nem se eram colegas de turma ou conhecidas dos meninos. 

Uma professora também estava entre as pessoas que teve o rosto adicionado às imagens. O caso foi levado à direção da escola e à ONG SOS Bullying, que trabalha dando suporte às vítimas. Alunos que fizeram as montagens com ajuda de inteligência artificial tinham menos de 17 anos. Eles usavam grupos nas redes sociais para compartilhar as fotos falsas. 

Em Sorocaba, interior de São Paulo, mães de alunas do Colégio Uirapuru denunciaram que fotos de suas filhas foram adulteradas por meio de um aplicativo de inteligência artificial. As imagens, segundo relatos, foram modificadas para criar conteúdo inapropriado com “falsos nudes”. A denúncia foi formalizada na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como “ato análogo a utilizar-se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito.”

Estes episódios expõem um novo desafio para responsáveis, a comunidade escolar e o poder público: o uso da Inteligência Artificial (IA). O recurso tecnológico é visto como uma ferramenta promissora para a educação, capaz de aprimorar o aprendizado dos alunos. No entanto, possui o seu “lado sombrio”, como a capacidade de adulterar imagens e vídeos. Uma questão que, segundo especialistas, requer a atenção de toda a sociedade a fim de que o uso dessa ferramenta não ocorra de forma criminosa.

“Em alguns países mais desenvolvidos, a Inteligência Artificial (IA) já está na grade curricular dos estudantes. Algumas escolas de Minas Gerais, por exemplo, também possuem aulas práticas.

É uma forma que os professores encontram de aproveitar essa ferramenta de forma positiva com os seus alunos”, aponta Winder Almeida, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais (Sinepe-MG) e diretor do Colégio Sócrates, em Contagem, na região metropolitana da capital.

A avaliação dele é de que a IA é uma ferramenta já inserida na sociedade, no entanto, é necessário uma alfabetização digital de estudantes e adultos quanto a sua utilização. 

A lei determina a prisão de um a três anos, além do pagamento de multa, para aqueles, maiores de 18 anos, que cometem esse crime, seja “por meio da adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual”. Para menores de 18 anos, a legislação prevê a internação de até três anos em um Centro Socioeducativo.

 

Veja dicas da Polícia Civil para vítimas de falsos “nudes”

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Com agências

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