‘Exigimos apuração imediata deste fato lamentável’, diz Rui Oliveira sobre agressão de policial a um professor no Paraná
Fonte: APUFPR
Na última sexta-feira, 30 de junho, Gabriel Barbosa Rossi, professor de um colégio em Guaíra, no oeste do Paraná, foi vítima de agressões e ameaças por parte de um delegado da Polícia Federal, pai de um aluno que havia sido repreendido pelo docente por suas repetidas falas preconceituosas e ofensas contra educadores. Em outras situações, este mesmo aluno foi flagrado fazendo gestos nazistas, segundo relatos.
Conforme testemunhas, o agressor foi até a porta da escola em uma viatura, se identificou como delegado da Polícia Federal e procurou pelo educador. Quando Gabriel se apresentou, foi agredido pelo homem, que deu um golpe de estrangulamento, enforcou e apontou a arma para a cabeça do professor.
“A APLB-Sindicato repudia qualquer tipo de agressão, principalmente da polícia contra um educador. Toda solidariedade ao Gabriel Barbosa. Exigimos apuração imediata deste fato lamentável. Professor merece respeito”, declarou Rui Oliveira, coordenador geral da entidade.
Este caso soma-se a diversas outras agressões contra docentes nos diferentes níveis de ensino, parte de uma escalada de violência contra as comunidades educacionais que se agravou a partir do surgimento do bolsonarismo no Brasil, quando a violência contra professores passou a ser amplamente estimulada dentro do ambiente familiar de alunos, onde a influência de ideias extremistas tem servido como estopim para casos como esse e outros ainda mais graves, como os recentes ataques que resultaram em mortes em escolas de diferentes estados do país, inclusive no Paraná.
Tudo isso evidencia a necessidade de uma ampla reflexão sobre o momento em que vivemos atualmente e os desafios que teremos, enquanto sociedade, para eliminarmos de nosso meio ideias que estimulam o preconceito, a intolerância, o ódio e, principalmente, o estímulo à violência como solução para divergências.
É salutar a manifestação do ministro da Justiça, Flávio Dino, que determinou a instauração de inquérito para investigar a conduta do agressor, já que se trataria de um delegado da Polícia Federal. Mas também é preciso apurar a conduta das autoridades policiais que, segundo a vítima, se negaram a registrar boletim de ocorrência.
A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) repudia a agressão contra docentes que estão exercendo seu papel de proporcionar a jovens estudantes reflexões essenciais para que se tornem cidadãos conscientes, mais empáticos e solidários. Ao promover uma educação que respeite as diferenças e estimule o pensamento crítico, estamos construindo uma sociedade mais justa, humana, igualitária e não violenta.