Após 115 dias de mobilização, atividades, atos e protestos, os professores da rede estadual da Bahia aprovaram, em uma assembleia realizada na manhã de sexta-feira (3), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), o fim da paralisação que atingiu todo o estado. Na segunda-feira (06), os trabalhadores da educação retomam as atividades para não prejudicar os estudantes, que iniciam o segundo semestre de 2012.
A categoria decidiu retomar as aulas após o governo do Estado aceitar alguns pontos impostos pela categoria para normalizar as atividades. Dentre eles, o pagamento dos salários suspensos, a retirada dos processos judiciais, readmissão dos trabalhadores durante o movimento e nenhum tipo de retaliação ou punição contra os grevistas.
Após a assembleia professores e outros trabalhadores em educação saíram em passeata até a Praça Castro Alves.
Mobilização continua
De acordo com a dirigente da CTB e vice-coordenadora da APLB-Sindicato, Marilene Betros, apesar de suspenderem a greve, os docentes manterão um calendário de atividades e mobilizações. “Suspendemos a greve, mas as negociações continuam”, declarou Marilene.
O entrave está na questão do reajuste salarial. Os professores não aceitam a proposta do governo de reajuste de 7% em novembro deste ano e 7% em março de 2013 para os professores licenciados de carreira de Magistério que realizem o curso de atualização. A APLB reivindica que as correções sejam feitas ainda neste ano (mesmo que parceladas) e que valham para todos os níveis.
Segundo Marilene, que integra o Comando de Greve, caso o governo não cumpra com os pontos acordados, no documento assinado entre as partes, a categoria promete retomar a paralisação.
Prova da afirmação é que na segunda-feira (06), o Comando de Greve volta a se reunir, às 18h, na sede do sindicato para definir um calendário de luta.
Greve histórica
Considerada histórica por sua mobilização e tempo, a greve dos professores da rede estadual da Bahia, que chegou a atingir adesão de 100% da categoria, teve início no dia 11 de abril e foi marcada por um acampamento na Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA) iniciado no dia 18 do mesmo mês.
Durante pouco mais de três meses, a categoria ocupou o saguão da AL-BA contra a aprovação do Projeto de Lei 19.776/2012, que transformava a remuneração de professores com titulação em ensino médio, licenciatura curta ou não licenciados em subsídio.
Nos últimos dias, os integrantes do movimento se concentraram no local ocupando barracas, em um ambiente já sem água nem energia elétrica. Após a desocupação, diante de uma determinação judicial, os professores passaram a se organizar no Pátio do Colégio Central, centro de Salvador.
“A greve foi uma lição de vida para os trabalhadores em educação do Estado da Bahia. Depois desse período saímos com saldo positivo, pois demonstramos a organização, unidade, sentimento de luta e resistência da categoria. A APLB também está de parabéns pela condução dada ao movimento mantendo firme a bandeira em defesa da valorização dos profissionais em educação”, salientou a dirigente.
Nos quase quatro meses de paralisação, os docentes tentaram negociar com o governador Jaques Wagner, reivindicando o cumprimento do acordo firmado, com o reajuste de 22% do piso salarial da categoria.
O pleito para a abertura das negociações contou, inclusive, com a mediação da CTB, como revela Marilene. “A CTB foi uma parceira de luta que acompanhou e respaldou todo o movimento. Esteve sempre presente neste processo, inclusive, fazendo a mediação. Buscou o contato com o governador, encaminhou moção de apoio e documento solicitando a abertura das negociações”.
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