Contexto golpista e tecnologia disruptiva, público debate internet com Renato Rovai
O segundo e último dia de realização do I Seminário de Comunicação da APLB-Sindicato começou com a saudação do coordenador-geral, professor Rui Oliveira, aos participantes. “Não há sindicato que tenha feito um seminário dessa magnitude sobre comunicação. É importante que a APLB faça, pois precisamos estar alinhados para o enfrentamento político que está posto depois da instauração de um governo golpista no Brasil”, enfatizou.
Em seguida, foi apresentado um vídeo com a saudação da deputada federal Alice Portugal (PCdoB) à realização do evento. A parlamentar, com agenda cheia em Brasília, não pôde comparecer ao seminário.
Depois foi a vez da palestra de Renato Rovai, editor da revista Fórum; professor de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero e doutorando em jornalismo pela Universidade Federal do ABC Paulista. Rovai falou sobre “Sociedade em redes e comunicação sindical”. Na função de mediador dos debates, o diretor de imprensa da APLb-Sindicato Luciano Cerqueira.
Ele destacou que o Brasil está, realmente, num contexto de golpe de Estado. “Muita gente não entende o que está acontecendo, mas vai se dando conta no percurso e comparando com o golpe militar de 64, quando os golpistas o chamavam de revolução. Aos poucos, todos foram vendo que era mesmo um golpe”, afirmou.
Renato Rovai afirmou que a Rede Globo teve o mesmo comportamento demonstrado no momento político atual, se posicionando com parcialidade em seus noticiários a favor das forças conservadoras. Em relação à saída da presidente Dilma Roussef, da Presidência da República, Rovai afirma que se as instituições fossem mesmo fortes o vice-presidente Michel Temer estaria preso. “É inaceitável a conspiração aberta feita pelo vice-presidente para derrubar a presidenta”, disse Rovai.
Em relação à força da internet, ele disse que “o futuro ainda não começou” e o mundo está na fase da tecnologia disruptiva. Tecnologia disruptiva ou inovação disruptiva é um termo que descreve a inovação tecnológica, produto ou serviço que utiliza uma estratégia que deixa obsoleto quem antes era líder de mercado. Não é evolucionária ou revolucionária e derruba uma tecnologia existente dominante no mercado. As tecnologias evolucionárias provocam melhorias incrementais nos produtos/serviços; as revolucionárias provocam grandes alterações; e as tecnologias disruptivas destroem o que existe, atendendo às mesmas exigências dos clientes com diferenças significativas, utilizando algo completamente diferente e novo.
Exemplos são os serviços como o Netflix, que jogaram para a irrelevância as vídeo-locadoras. Aplicativos como Easy Taxi e 99Taxis, que tomaram o lugar das empresas de rádio-taxi. E o Google, que fez milhões de pessoas esquecerem que precisavam de listas telefônicas e arquivos impressos de pesquisa.
Quem inventou o termo: Clayton Christensen, professor de Harvard. Ele se inspirou no conceito de “destruição criativa” cunhado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter em 1939 para explicar os ciclos de negócios. Segundo ele, o capitalismo funciona em ciclos, e cada nova revolução (industrial ou tecnológica) destrói a anterior e toma seu mercado.
Quando foi inventado: O termo apareceu pela primeira vez em um artigo de 1995, Disruptive Technologies: Catching the Wave. Depois, Christensen conta melhor a teoria em seus livros The Innovator’s Dilemma e The Innovator’s Solution.
Renato Rovai falou também de falhas do governo Dilma, sobretudo em relação à banda larga da internet, quando poderia ter havido mais conquistas.
Após a palestra, houve diversos questionamentos ao palestrante, com perguntas principalmente a internet, o que pode ser melhorado e o que assusta para o futuro devido ao crescente aperfeiçoamento das tecnologias de informática.
Fotos: Walmir Cirne e Getúlio Lefundes