Como foi a paralisação nacional pelo Piso em março
Em 16 de março, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) organizou um Dia de Paralisação Nacional. O ato ficou marcado pela audiência com o ministro da Educação Fernando Haddad, visando ao cumprimento da Lei 11.738, que regulamenta o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) para o magistério público da educação básica.
No encontro foi discutida a necessidade de um amplo debate sobre o tema, com o objetivo de alcançar um consenso em relação ao valor e a fórmula de correção do Piso.
Assim, ficou definido que será constituído um grupo de trabalho encarregado de reformular o PLC 321/09, que visa a aperfeiçoar a forma de reajuste do Piso. Segundo o ministro, este reajuste não pode se manter exclusivo ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), uma vez que impediria seu aumento real.
A CTB se solidariza com a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da educação e acredita que, somente com ganhos reais, os professores recuperarão seu poder de compra e a dignidade laboral. Na opinião da CTB o movimento foi bem sucedido principalmente em estados como Bahia e Rio Grande do Norte, aonde o índice de adesão chegou a 100%, tanto nas redes estaduais quanto municipais.
Confira abaixo um resumo das manifestações nos estados:
Alagoas – A adesão foi de 95% dos trabalhadores em educação. Várias manifestações por todo o Estado fortaleceram a campanha e cobraram dos gestores a implantação do PSPN. Em Maceió, o ato aconteceu no Clube Fênix Alagoano, e contou com a participação de cerca de 1.100 pessoas.
Amapá – Macapá foi o ponto de maior concentração da categoria, congregando centenas de sindicalizados (as) das esferas federal, estadual e municipal. Pararam, também, os profissionais do quadro do governo estadual e os professores do ex-território a serviço do estado. Em alguns municípios os dirigentes foram recebidos pelos prefeitos e novos encontros foram agendados.
Bahia – A adesão foi de 100% tanto na rede estadual como na municipal. Os educadores estaduais, durante assembleia em Salvador, tomaram várias resoluções. Entre elas, a deflagração de uma paralisação no próximo dia 25.
Distrito Federal – Professores lotaram as galerias e o gramado em frente à Câmara Legislativa para acompanhar a votação do projeto que reajusta os salários em 10,04%. Como resultado, 21 parlamentares a comparecerem ao Plenário da Câmara e aprovaram o reajuste da categoria.
Goiás – A paralisação em Goiás atingiu 90% de adesão na rede estadual de ensino e, 75% nos 246 municípios goianos. Em Goiânia, houve manifestação na sede do Governo Estadual. Os manifestantes percorreram um dos eixos principais da avenida que corta o centro da cidade de Goiânia, a Avenida Goiás, até a Câmara Municipal.
Mato Grosso – O movimento teve adesão de 80% dos municípios do Estado. Em diversas cidades foram organizadas passeatas, assembleias, atos públicos e outros tipos de manifestação.
Mato Grosso do Sul – 90% das escolas do estado suspenderam totalmente as aulas. Em Dourados, por exemplo, a adesão foi quase total, principalmente nas escolas de Rede Municipal de Ensino. A categoria luta também pelo aumento da hora atividade dos atuais 25% para 33,33% e pela elaboração e adequação dos Planos de Cargos e carreiras do Magistério.
Minas Gerais – Educadores das redes estadual e municipal se reuniram, nesta terça-feira (16), em assembleia e manifestação pela implementação do PSPN. A categoria votou a favor de um indicativo de greve para o dia 08 de abril, data da próxima assembleia para discussão do assunto. Servidores da saúde e policiais civis apoiaram a paralisação nacional.
Paraíba – Trabalhadores em educação do estado decidiram, em assembléia, manter movimento grevista por tempo indeterminado após recusa do Governador Targino Maranhão de implantar a integralização do Piso. A resposta foi dada nesta terça-feira (16) logo após a reunião entre representantes do comando de greve e a gestão estadual. A paralisação na rede estadual foi de 95%.
Paraná – A aula da rede estadual de ensino do Paraná foi nas ruas nesta terça-feira (16). Mais de seis mil educadores lotaram as ruas da capital numa passeata em defesa da educação pública de qualidade. Mais de 95% dos educadores do Paraná aderiram à paralisação nacional. Professores e funcionários de escolas saíram em passeata em direção ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico. Na praça Santos Andrade, vários representantes de outras entidades sindicais, como CUT, Sindicato dos Professores Municipais de Curitiba, além de deputados se solidarizaram à luta da categoria.
Rio Grande do Norte – 100% dos educadores das redes estadual e municipal atenderam à convocação da CNTE e participaram do Dia Nacional de Paralisação pelo Piso.
Rio Grande do Sul – Os Educadores gaúchos paralisaram as atividades neste 16 de março. Em Passo Fundo, no norte do estado, as escolas paralisaram as atividades até os intervalos. O período foi utilizado para discutir a pauta de reivindicações da categoria e a implementação no estado do piso nacional.
Santa Catarina – Os professores da rede pública estadual, através do SINTE/SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Estadual de Santa Catarina) realizaram cinco atos macrorregionais: em Florianópolis, Chapecó, Lages, Itajaí e Blumenau. Na capital, a concentração foi na Praça Tancredo Neves, em frente à ALESC.
Sergipe – Educadores das redes municipais de 27 cidades, das 74 que fazem parte da base do SINTESE, participaram de uma caminhada pelo centro de Aracaju. Após a caminhada os educadores ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa.
Tocantins – Em greve há oito dias, os educadores do estado conseguiram uma vitória no início da noite de terça-feira (16). O Governo cedeu à pressão da categoria e concedeu o reajuste salarial de 25% reivindicado pela classe. Com o fim do impasse a greve foi suspensa.
Fontes: Portal CTB com informações das agências e CNTE