APLB Saúda o Colégio Central da Bahia pela passagem do 187º aniversário de fundação

APLB Saúda o Colégio Central da Bahia pela passagem do 187º aniversário de fundação

 

Colégio Estadual da Bahia – Central. Pavilhão Francisco da Conceição Menezes (provavelmente, anos 1980).

No sábado, 7 de setembro de 2024, celebra-se o 187º aniversário de fundação do Colégio Estadual da Bahia, o conhecido “Central”. Colégio Estadual da Bahia, oColégio Central da Bahia e antigo Ginásio da Bahia,  foi criado pelo ato n. 33, publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia em 7 de setembro de 1837, inaugurando o ensino secundário na Bahia. Trata-se de uma instituição cuja identidade tem sido forjada pela participação em muitos momentos históricos de significativa relevância e por sobreviver às inúmeras crises que sobre ela se abateram ao longo de quase dois séculos.

A comunidade escolar celebra a contribuição do colégio para a formação de diferentes gerações ao longo do tempo desta, que foi a primeira unidade escolar pública de Ensino Médio do Estado. O Central acolheu personalidades expoentes em diversos campos da cultura, política e ciência, a exemplo de Ernesto Carneiro Ribeiro, Aristides Maltez, Carlos Mariguella, Jacob Gorender, Pirajá da Silva, Leovigildo Filgueiras, Cid Teixeira, Antonio Carlos Magalhães, Américo Simas, Lauro de Freitas, Glauber Rocha, Calazans Neto, Waldir Pires, Ubiratan Castro, João José Reis, Carlos Sarno, Lídice da Matta, Raul Seixas, João Ubaldo Ribeiro dentre outros destaques.

O coordenador-geral da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, foi professor de Química na unidade de ensino e destaca a importância da instituição. “O Colégio Central da Bahia é um marco histórico na Educação da Bahia, com uma belíssima trajetória de luta e resistência. Tenho orgulho de fazer parte desta história, pois sou docente de Química do Central. Parabéns a toda a comunidade escolar pelos 187º anos do Colégio Central”, destaca Rui.

Alterações de ordem curricular configuraram-lhe ciclos responsáveis, em alguns momentos de seu processo histórico, pela mudança de sua denominação. Fundado “Liceu Provincial da Bahia”, passou a funcionar no então Convento dos Frades Agostinianos, hoje Reitoria da Universidade Católica do Salvador – UCSal, no bairro da Palma. Após a proclamação da República, teve seu nome mudado para “Instituto Oficial de Ensino Secundário” e, em seguida, “Ginásio da Bahia”, quando então foi equiparado ao Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.

Prédio onde funcionou o Liceu Provincial da Bahia, primeira denominação do Colégio. Antigo Convento dos Frades Agostinianos, hoje Reitoria da UCSal (provavelmente, início do s. XX).

Naquela ocasião, foi construído o primeiro pavilhão do conjunto arquitetônico, no qual a escola funciona até os dias atuais. Tal empreitada contemplou grande parte das antigas reivindicações de seus docentes, em decorrência da insatisfação geral com o precário estado das instalações que abrigaram as aulas regulares. Em 1949, foi designado oficialmente “Colégio Estadual da Bahia – CENTRAL”.

Prof. Clemente Guimarães, alunas e alunos do Ginásio da Bahia. Pavilhão Rio Branco (anos 1930).

Destacou-se pela significativa contribuição em avanços culturais. Foi pioneiro por ter constituído turmas mistas. Suas alunas optaram por ampliar seus horizontes profissionais, configurando, posteriormente, uma vanguarda no que se refere às relações sociais de gênero. A partir dos anos 50 do século passado, os atores históricos de sua comunidade utilizaram-se dos espaços da Instituição, transformando-os em lócus criativo, a exemplo da geração Mapa surgida no Central.

Alunas e alunos. Saguão interno Pavilhão Francisco da Conceição Menezes (anos 1970).

Durante os “anos de chumbo” que marcaram a Ditadura Militar oriunda do golpe de 1964, o referido educandário tornou-se o epicentro de manifestações contra a supressão de liberdades e a restrição de direitos fundamentais, pois expressiva parcela de sua comunidade engajou-se no movimento de resistência.

Estudantes e chefes de disciplina. Auditório do Colégio (1940).

Sua trajetória pedagógica caracteriza-se por ministrar, até a crise que se instalou nos anos 80 do século passado, educação democrática e de excelência (sobretudo após os anos 50) àqueles cujos sonhos e anseios, em sua maioria, foram concretizados. Pelas salas de aula de seus pavilhões estiveram presentes docentes e discentes oriundos de diferentes classes sociais. Muitos acabaram por galgar o status de referência nos cenários político e cultural da Bahia e do Brasil e assim permanecem até a atualidade.

 

Alunas e alunos. Sala de aula do Colégio (anos 1970).

O Arquivo Histórico do CEB – Central acompanha a mesma trajetória enfrentada pelo Colégio. Enquanto a instituição contou com o prestígio que lhe notabilizou, as regras da Arquivologia até então vigentes foram suficientes para atender às demandas da salvaguarda documental. Instaurada a crise institucional, verificou-se, entretanto, significativa perda de seu acervo, em razão de descarte de parte de seu conteúdo. Graças ao zelo e à ação competente de profissionais não mais presentes na instituição, muitos documentos foram resgatados – inclusive das antigas latas de lixo do Colégio.

Livro de Matrícula (1867).

Arquivo Histórico do Colégio Estadual da Bahia – Central  (2016).

Sua coleção é composta por livros de matrícula, atas da Congregação, pastas de alunos egressos, livros de ponto, relatórios, correspondência administrativa, fotografias e registra eventos do século XIX até alcançar os tempos presentes. A despeito dos esforços envidados, a partir de 2001, para a classificação deste Corpus Documental, a precariedade das condições materiais não permitiu um resultado à altura do valor deste manancial.

 

Registro de licença de professores. Livro do s. XIX em bom estado de conservação.  Arquivo Histórico do Colégio Estadual da Bahia – Central,   2016.

 

Alunas em atividade culturalQuadra de esportes do Colégio (anos 1970).

Alunos perfilados.  Quadra de esportes do Colégio (anos 1970).

Grupo de alunos do Ginásio da Bahia. Área à frente do Pavilhão Francisco da Conceição Menezes. Anterior a 1942.

 

Fonte: http://www.bvconsueloponde.ba.gov.br/2022/12/19/memoria_do_colegio_estadual_da_bahia__central_trajetoria_de_excelencia_declinio_e_descaso-2/ 

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