O 1º de Maio no Farol da Barra foi de manifestação pela democracia e contra a tentativa de golpe no país

O 1º de Maio no Farol da Barra foi de manifestação pela democracia e contra a tentativa de golpe no país

primeiro-de-maio4O 1º de Maio foi de muito protesto para os trabalhadores baianos.  A data foi marcada por manifestações em diversas cidades do estado. A principal delas aconteceu no Farol da Barra, em Salvador, reunindo cerca de 30 mil pessoas durante um dia inteiro de atividades culturais e políticas. A principal bandeira do evento foi a defesa da democracia e a luta contra o tentativa de golpe em curso no país.

A programação começou às 11h com uma oficina de pintura para a criançada e seguiu até o início da noite, quando lideranças sociais e políticas falaram da importância de manter a mobilização em defesa dos avanços sociais e trabalhistas conquistados nos últimos 13 anos.primeiro-de-maio5primeiro-de-maio6

 

 

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CELEBRAÇÃO DO 1º DE MAIO EM SALVADOR SERÁ NO FAROL DA BARRA – A APLB CONVOCA OS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA EDUCAÇÃO PARA O ATO

Com ameaças aos seus direitos tramitando no Congresso Nacional e a necessidade de lutar pela defesa da Democracia, os trabalhadores brasileiros têm ainda mais motivos para ocupar as ruas neste 1º de Maio, Dia do trabalhado. Em Salvador, as centrais sindicais vão realizar um grande ato unificado, no Farol da Barra, a partir das 11h.

A manifestação está sendo construída de forma conjunta com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo e será também um ato em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e dos programas sociais. Além da parte política, o evento contará também com apresentações culturais e artísticas. Serão 9h de atividades que deve reunir trabalhadores da capital e da região metropolitana. A CTB está orientando os sindicatos a mobilizar os trabalhadores da base para a atividade. A APLB-Sindicato  convoca  os trabalhadores e trabalhadoras da educação para esta importante atividade política.

Artigo

DIA DO TRABALHO OU DIA DO TRABALHADOR?

Por Murilo Oliveira, Juiz do Trabalho (5ª Região) e professor da UFBA.

No dia internacional do trabalho, celebram-se as lutas operárias em defesa da redução da jornada de trabalho. Lembrar do primeiro de maio serve para que não se esqueça o ocorrido em 1º de maio de 1886 em Chicago nos Estados Unidos. Nestas manifestações, precisamente durante o confronto com a polícia local, ocorreram mortes quando uma bomba explodiu. Por considerar os organizadores das passeatas os responsáveis pelas mortes, os dirigentes sindicais foram condenados pela Justiça à morte na forca. É esse o grosso resumo dos fatos que explicam historicamente o primeiro de maio, justificando o epíteto de “os mártires de maio”.

A despeito desta história de luta, morte e injustiça de trabalhadores, o primeiro de maio é designado como “dia do trabalho”. Este título oficialesco representa uma sutil prevalência da ação (trabalho), logicamente em detrimento do sujeito que realiza esta ação (trabalhador). No discurso oficial, celebra-se o trabalho humano na sua acepção genérica e não a luta dos trabalhadores que pagaram com sangue a obtenção da jornada de oito horas. Suprime-se o trabalhador (e sua dor), restando o trabalho, na perspectiva positivista mais neutra possível.

Esta questão de nomenclatura não pode ser tida como um problema pequeno. Isto porque algumas mudanças de nomes, como esta, trazem um conteúdo ideológico de esvaziamento do sentido histórico do termo. Falar hoje em dia do trabalho pouco remete a luta pela redução da jornada de trabalho e as demais lutas dos trabalhadores. Comemorar o primeiro de maio tende a significar somente a exaltação de toda a pessoa que trabalha, que pode ser tanto um empregador que administra sua empresa, um trabalhador autônomo, ou um empregado. Assim, consegue-se, com uma pequena mudança de nome, desfocar as lutas dos trabalhadores, consagradas em parte no Direito do Trabalho.

Celebra-se, enfim, neste dia uma série de conquistas do Direito do Trabalho, muitas atendendo parcialmente aos reclames dos trabalhadores. Rememora-se que estas lutas tiveram um preço histórico grande para serem reconhecidas pelo Estado como direitos trabalhistas, tal como foi a morte de mais cento e trinta mulheres grevistas queimadas numa fábrica de Nova York em 1857, data posteriormente reconhecida como dia internacional da mulher. Mais apropriado, então, é referir-se ao dia de hoje como “dia internacional do trabalhador”, em memória dos mártires de Chicago e em respeito à história das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras.naovaitergolpe_52_20151217_1315663337

EM DEFESA DA DEMOCRACIA!

NÃO AO GOLPE!

 

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