Assassinato de professores e sindicalistas em Porto Seguro completa 15 anos sem julgamento
Na época do crime, os professores Álvaro Henrique e Elisney Pereira denunciavam possíveis irregularidades no uso do Fundeb pela prefeitura
A última terça-feira (17) marcou 15 anos do assassinato brutal dos professores e sindicalistas, membros do Sindicato de Educação da Bahia (APLB) em Porto Seguro, Álvaro Henrique e Elisney Pereira. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) não deu sequência ao júri popular para julgar o caso.
O professor Álvaro, com 28 anos em setembro de 2009, quando foi assassinado, era pai de uma criança de 2 anos na época e tinha tomado posse como coordenador da APLB de Porto Seguro. Na época, ele denunciava possíveis irregularidades no uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) pela prefeitura de Porto Seguro. A categoria estava em greve por campanha salarial quando os professores foram assassinados.
Álvaro Henrique era conhecido por fazer constantes denúncias ao Ministério Público contra possíveis irregularidades na Educação do município, como: contratação de professores em detrimento dos concursados; escolas deficitárias e funcionando em locais improvisados, como lava-jato; pagamento de dívidas da gestão anterior com recurso do FUNDEB, etc.
13 dias antes de sofrer o atentado, Álvaro enviou um email ao professor Euvadelis, que se encontrava em Portugal, no qual dizia estar sendo objeto de ameaças e outras tentativas de intimidação.
Caso
Álvaro Henrique e Elisney Pereira foram assassinados em uma emboscada na zona rural de Porto Seguro no dia 17 de setembro de 2009.
Desde o primeiro momento em que soube do atentado contra os professores e dirigentes sindicais em Porto Seguro, em 17 de setembro de 2009, a APLB-Sindicato exigiu das autoridades do Estado a investigação completa do crime e a punição dos responsáveis.