Artigo de Nivaldino Felix: O Negro na Diáspora Africana

Artigo de Nivaldino Felix: O Negro na Diáspora Africana

A Diáspora Africana II
O NEGRO NA DIÁSPORA AFRICANA
A Revolta dos Búzios é uma das lutas que foi construída e organizada pelos negros no ano de 1798, com início no dia 12 de agosto do mesmo ano, na Bahia, este movimento tinha como objetivo estabelecer uma república livre e democrática. Segundo alguns historiadores tendo com inspiração a Revolução Francesa, tendo Cipriano Barata e outros brancos que  também participaram como  organizadores  desse movimento.
Mas os líderes autênticos do movimento foram João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino, Luis Gonzaga das Virgens e outros, que lutaram até o fim e com isso, penalizados com enforcamentos e outras barbáries coercitivas, os brancos que de uma forma ou de outra se envolveram no movimento foram absolvidos, como Cipriano Barata e o padre Agostinho Gomes, adeptos da Revolução Francesa e inconformados com o sistema colonial.
Os negros devem tomar como exemplo um movimento como este, no sentido de se conquistar um país livre e democrático.
Nesse sentido devemos exaltar o papel de muito negros que se destacaram na diáspora africana, como Nelson Mandela, 27 anos preso na África na luta contra o Apartheid e hoje, com 97 anos. Foi o primeiro presidente negro da África do Sul. Não nos esqueçamos de  Zumbi dos Palmares, grande líder do Quilombo dos Palmares, que morreu lutando pela a liberdade dos negros e  hoje é grande referencial histórico para os negros brasileiros , Martin Luther King, o negro que lutou contra o racismo e igualdade racial, nos anos 60 , morto de forma covarde pelos agentes da CIA.
É preciso destacar Amilton Cabral, o homem que proclamou  a República Popular de Moçambique; Agostinho Neto, que derrotou os colonizadores portugueses e proclamou a República Popular de Angola; Franz  Fanon , líder do movimento pela libertação  da Argélia.
A  partir dos anos 50 desenvolve-se em todas as partes do mundo a luta pela a história escrita africana , promovida por intelectuais negros. Neste movimento se destacaram a figura como a do poeta e dramaturgo e ensaísta Wole Soyinka de origem nigeriana  que ganhou o Prêmio Nobel, nesse movimento também se destacou outro nigeriano, Achebe Ben Okri, considerado pai da ficção moderna, com a obra Le monde Seppondri (O Mundo Diminuiu). Esta obra abalou a sociedade tradicional europeia.
Estes são os movimentos chamados Francófonos e Anglófonos, que se sucederam naquele momento histórico. Anglófonos são negros dos países que foram colonizados pela Inglaterra, e Francófonos é o movimento nos países colonizados pela França. Nos anos 30 e 40 se destacaram o senegalês Leopold Senghor e o martinicano  Aimeé Cesaire, grande intelectuais que se destacaram na poesia e na literatura.
Este artigo é para exaltar a grande importância dos negros no contexto intelectual assim como a contribuição que deram no mundo para a libertação do homem.
Daí que o movimento negro no Brasil tem que buscar organizar mais os negros que estão nas periferias das cidades. Pelo que nós temos visto, algumas  entidades mais tradicionais do movimento negro tem se transformado em instituições governamentais, incorporando seus projeto político ao do governo e deixando de representar verdadeiramente as comunidades negras, quando nas periferias os negros são vitimados pela arbitrariedade da força policial.
NIVALDINO FELIX – DIRETOR DA APLB-SINDICATO
ESCRITOR, PESQUISADOR E POETA – FUNDADOR DA UNEGRO
MEMBRO DO NÚCLEO DE PENSAMENTO E AÇÃO ANTI-RACISMO – NAPAR DA APLB

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