Após 34 dias, trabalhadores em educação de Jequié suspendem movimento

Após 34 dias, trabalhadores em educação de Jequié suspendem movimento

Desde o dia 21 de fevereiro, os trabalhadores e trabalhadoras em educação da rede municipal de Jequié-BA estavam mobilizados não iniciando o ano letivo, reivindicando o Reajuste Salarial, convocação de Concurso Público, Reforma e Ampliação das Escolas, Eleição direta para Diretor e Vice-Diretor, Perícia Médica, dentre outros. Na manhã desta quinta-feira (24), reunidos em assembléia no auditório da APLB/Sindicato, os trabalhadores e trabalhadoras em educação decidiram pela suspensão do movimento após aprovarem a contraproposta apresentada pelo Executivo Municipal no final da tarde de ontem (23), quando estiveram reunidos com a Comissão de Negociação do Sindicato [dirigentes da APLB/Sindicato e Professores representantes do Comando de Greve] e Comissão de Negociação da Câmara de Vereadores [Vereadores João Cunha, José Wanderley, Luiz Brito e Nara Rúbia]. O reajuste salarial acontecerá em 3 (três) etapas: 6% em Maio; 3,5% em Novembro e 4,5% em Janeiro de 2012, respeitando os interníveis e o Plano de Carreira. Será enviado um projeto de Lei para a Câmara de Vereadores, no qual esses percentuais ficarão estabelecidos em Tabelas e transformados em Lei Municipal.

A assembléia aprovou ainda as linhas gerais para a definição do Calendário Letivo Padrão. Aprovou também uma MOÇÃO DE REPÚDIO à Secretária Municipal de Educação, Miriam Rotondano pelo fato dela ter proibido o professor Josevaldo Souza, diretor do Centro Educacional Presidente Médici, de adentrar no espaço administrativo da Secretaria, na manhã de ontem (23).


NOITE DE VIGILIA

Na segunda-feira (21), às 9h, os Trabalhadores em Educação chegaram ao prédio sede da Prefeitura de Jequié, na expectativa de participarem de uma reunião com o prefeito Luiz Amaral, Secretários e os Vereadores. Em seguida eles foram informados pelo presidente da Câmara, vereador Ednael Almeida, que o prefeito [por telefone] havia comunicado que não seria possível atender aos professores porque estava participando da solenidade de abertura do campus do IFBA de Jequié. Os vereadores compareceram em quase sua totalidade na expectativa da reunião acontecer. Após receberem essa informação, os trabalhadores ficaram indignados e resolveram permanecer no interior do prédio da Prefeitura, realizando uma VIGILIA, perdurando até as 20h da terça-feira (22).

 

PROFESSOR É IMPEDIDO DE ADENTAR NA SECRETARIA

Na manhã de quarta-feira (23), o professor Josevaldo Souza, diretor do Centro Educacional Presidente Médici, foi impedido por Guardas Municipais de adentrar nas dependências da Secretaria Municipal de Educação por ordem superior. Em seguida os trabalhadores em educação [reunidos em assembléia no auditório da APLB/Sindicato] seguiram em caminhada até a sede da Secretaria de Educação, solidarizando-se com o professor Josevaldo, que passaram a pronunciar palavras de ordem e  repetir “Fora Miriam”, numa referência à saída da secretária municipal de Educação, Mirian Rotondano.

O professor Josevaldo Souza relatou que é de seu conhecimento que a secretária deliberou em atender no turno matutino,  diretores e professores da zona rural, enquanto no  vespertino atende ao público externo, juntamente com os diretores e professores da sede, obedecendo à ordem de chegada. Mesmo assim, ele disse ter ido ao prédio da Secretaria de Educação com o intuito único de recolher os comprovantes do Imposto de Renda dos professores lotados no seu colégio, que já estavam à sua disposição, para a devida distribuição com os  funcionários. Chegando na portaria da Secretaria ele foi informado por uma guarda municipal de que não poderia  ter acesso naquele momento, dando início a toda celeuma. O professor disse ainda ter sido alvo de retaliação pessoal, constrangimento, assédio moral e revela que irá fazer registro da ocorrência na delegacia de Polícia para em seguida dar  entrada na Justiça  numa ação por danos morais contra a secretária de Educação.  O clima de tensão formado em frente ao prédio da Educação Municipal, inviabilizou por quase três horas  a saída dos funcionários para irem para suas casas, muitos deles se retirando pela área do fundo, onde está instalada a unidade da Universidade Aberta do Brasil/UAB, alternativa utilizada  inclusive   pela própria secretária Miriam Rotondano.

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