APLB se mantém vigilante após SEC publicar portaria que reformula currículo do Ensino Médio na Bahia

APLB se mantém vigilante após SEC publicar portaria que reformula currículo do Ensino Médio na Bahia

Foto: Amanda Chung / SEC BA

A Secretaria da Educação do Estado (SEC) publicou neste sábado (18), no Diário Oficial do Estado, a Portaria nº 77/2025, que regulamenta a organização curricular das escolas da rede estadual da Bahia que ofertam o Ensino Médio. A medida, tomada com base na Lei nº 14.945/2024 e em consonância com o Documento Curricular Referencial da Bahia (DCRB), estabelece novas diretrizes sobre a estrutura curricular, carga horária, avaliação da aprendizagem e elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas, alinhando-se às mudanças introduzidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A APLB-Sindicato promoveu um amplo debate sobre a matriz curricular. Para o coordenador-geral da APLB Rui Oliveira, a direção do Sindicato compreende que, com a lei do Novo Ensino Médio houve um avanço na retomada das 2.400 horas, mas ainda é insuficiente para o debate da Educação que necessitamos.

“Entendemos que esse debate não se esgotou. Ele precisa permanecer, inclusive na continuação da provocação dos Órgãos de controle para que a gente possa fortalecer a luta pelo ensino médio que de fato represente a Educação de qualidade que nós queremos. Uma Educação que promova a autonomia dos nossos alunos e alunas e que seja construído inclusive, com as vozes da juventude da escola pública”, enfatizou Rui.

Além da APLB promover este amplo debate, também provocou os órgãos de controle para que eles devam continuar acompanhando esse processo de implementação dessa matriz. Não apenas com relação à implementação, mas de permanente provocação sobre qual vai ser o ensino médio que nós queremos e lutar por esse ensino médio.

No caso da Bahia, a APLB permanece vigilante para que não ocorra prejuízos a nenhum componente curricular, a nenhuma área de conhecimento, considerando a sua importância, mas também a atenção na proteção dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em educação.

Vale destacar no que se refere ao número de turmas, na carga horária, pois o aumento no número de turmas de alunos de cada professor fica inviável, pois promove o aumento do adoecimento destes profissionais.

A APLB é contra qualquer forma de precarização do trabalho docente e que afeta a saúde do trabalhador e da trabalhadora da educação e, nesse caso, afeta diretamente os professores e professoras.

O novo currículo será dividido em duas grandes áreas: a Formação Geral Básica (FGB) e os Itinerários Formativos. A FGB abrange as áreas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, conforme as orientações da BNCC. Já os Itinerários Formativos permitem maior aprofundamento e podem incluir conteúdos mais especializados ou voltados para a formação técnica e profissional, com metodologias investigativas e práticas que se conectam com o contexto do estudante.
A carga horária mínima para a FGB será de 2.400 horas no Ensino Médio, e os Itinerários Formativos terão carga horária variável, dependendo do regime de ensino adotado pelas escolas, seja parcial ou integral. A avaliação será contínua e processual, com metodologias inclusivas que buscam promover a aprendizagem integral do aluno.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas deverá ser elaborado ou atualizado, seguindo as diretrizes do DCRB e respeitando as especificidades locais. A implementação do novo currículo será gradual, permitindo que os estudantes matriculados antes da publicação da portaria possam concluir seus estudos com as matrizes curriculares anteriores.

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