APLB promove “Conversa de Dandaras” para homenagear mulheres e debater a luta antirracista
Nesta sexta-feira (06/12), a APLB-Sindicato realizou o evento “Conversa de Dandaras”, uma roda de diálogos e reflexões sobre o enfrentamento do racismo na Bahia e no Brasil. O evento faz parte das atividades promovidas pelo sindicato na campanha Novembro Negro. Por conta das fortes chuvas ocorridas em Salvador na última semana, a roda de conversa foi adiada e finalmente aconteceu nesta sexta-feira.
A atividade teve participação de convidadas que compartilharam suas histórias de superação e luta contra o preconceito, na defesa da igualdade de gênero.
Estiveram presentes, entre outras/os convidadas/os, o coordenador geral e vice coordenadora da APLB, Rui Oliveira e Marilene Betros, a presidenta de CTB-Bahia, Rosa de Souza, Janete Ferreira (funcionária do sindicato), Nancy Andrade (diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe), Vitalina Silva (especialista em Gestão Escolar e vencedora do prêmio “LED Luz na Educação – Rede Globo”), Ivonete de Jesus Pinheiro (diretora da Regional Sertaneja – APLB), Maria José “Zezé”, diretora do SINPOJUD, e Stael Kyanda Machado (ativista social, escritora e especialista em Psicanálise).
“O evento “Conversa de Dandaras” reafirmou o papel da APLB-Sindicato no fomento à luta antirracista e pela igualdade de direitos, promovendo debates que inspiram e fortalecem a resistência das mulheres negras”, disse Marilene Betros.
Histórias Inspiradoras
Janete Ferreira, funcionária da APLB há mais de 20 anos, foi uma das homenageadas do evento e emocionou o público ao contar sua trajetória de vida. Adotada por uma família branca na infância, enfrentou trabalho infantil desde os 7 anos e abandono escolar. “Aos 13 anos, fugi da casa dessa família para poder frequentar a escola e somente aos 15 anos fui matriculada. Hoje tenho orgulho de trabalhar com professores, esta categoria que me mostrou o mundo e me trouxe conhecimento”, declarou.
Zezé, hoje presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud), enfrentou muitos preconceitos na infância, juventude e entre a própria diretoria do sindicato. “Ouvi de uma diretora branca que o sindicato precisava de uma presidenta de cabelo liso, nível superior e bonita, não de uma pessoa como eu”, contou.
Nancy trabalhou como empregada doméstica, ainda menor de idade, enfrentando dificuldades para estudar. Apenas quando se mudou para o Rio de Janeiro para trabalhar como babá conseguiu continuar os estudos, mesmo sob condições desafiadoras. “Se eu não puder estudar, vou embora”, disse à sua patroa do Rio. Nancy se formou em Administração de Empresas.
Vitalina Silva, filha de uma costureira, é hoje uma educadora reconhecida nacionalmente. Pioneira na promoção da educação antirracista, destacou a importância de “levar nossos personagens negros que fizeram História para as escolas”, denunciando o racismo estrutural e suas sutilezas. Mesmo enfrentando perseguições profissionais, Vitalina mantém seu compromisso de transformar a educação em uma ferramenta de combate ao racismo.
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