APLB DELEGACIA DE ALGODÃO EM GUANAMBI PROTESTA CONTRA PRECARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
O ano letivo de 2022 já se inicia com muitas preocupações em algumas escolas da rede estadual de ensino de Guanambi, como é o caso do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães. O cenário de pandemia iniciado em 2020 não mudou. Infelizmente continuamos na mesma situação. Apesar da campanha de vacinação ter conseguido diminuir o número de casos graves, a contaminação continua aumentando vertiginosamente. No entanto, a determinação da Secretaria de Educação do Estado, para as escolas da rede é matricular turmas com 40 alunos e até mais. As consequências dessa ação podem ser desastrosas para a disseminação do vírus pois no espaço que temos em cada sala de aula não é possível fazer o distanciamento físico, colocando em risco a saúde dos estudantes, dos professores e dos servidores em geral. Com a mudança curricular, basicamente todo professor terá apenas uma aula por turma, o que significa que, em cada turno, ele entrará em contato muito próximo com, no mínimo, 200 estudantes (5 aulas X 40 alunos).
Vale salientar, que com a diminuição de carga horária de algumas disciplinas do currículo em função do novo ensino médio houve o aumento do número de professores excedentes resultado da política educacional do governo da Bahia, que superlota as turmas e fecha escolas. Fato que tem nos preocupado visto que acreditamos que só uma escola pública de qualidade pode oportunizar possibilidades para nossos estudantes seguirem em seus projetos posteriores.
É importante destacar que outra problemática muito recorrente é a mudança para o Novo Ensino Médio sem o adequado preparo dos docentes. As oficinas/eletivas serão oferecidas dentro das limitações de cada docente na sua formação acadêmica em licenciatura, o que inviabiliza o atendimento de áreas como inovações tecnológicas.
Além dos problemas descritos acima, a Secretaria de Educação retirou da programação escolar a atividade do articulador de área, profissional que atendia, por área, com 06 aulas da sua carga horária, para fazer a coordenação dentro de sua área de trabalho. Essa determinação diminuiria o número de professores excedentes que poderiam ser mantidos como articuladores, para auxiliar no planejamento por área do conhecimento, dinamizando e auxiliando na elaboração dos trabalhos interdisciplinares.
Por fim, a Portaria nº 2008 de 30 novembro/2021, definiu que as atividades de recuperação de aprendizagens dos alunos progredidos em série, mas não aprovados em alguns componentes curriculares, sejam desenvolvidas pelos docentes das turmas regulares em uma carga horária extra, além das suas atividades curriculares. A sobrecarga de atividades só aumenta a precarização do aprendizado e do ensino, não garante a recuperação das aprendizagens não consolidadas no ano anterior.
Vale ressaltar ainda que a matrícula de estudantes com deficiência tem aumentado a cada dia, graças às legislações que preveem a inclusão e a conscientização da sociedade sobre os direitos destes estudantes a uma educação qualificada, que invista na eliminação das barreiras tanto estruturais, quanto atitudinais. O fato é que as escolas se veem impotentes diante da falta de condições para atendimento adequado ao público da Educação Especial. Não contamos com o profissional do Atendimento Educacional Especializado para dar suporte ao professor da sala regular na produção dos Planos de Desenvolvimento Individual, bem como para realizar atendimentos na sala de recursos multifuncionais visando potencializar as aprendizagens adquiridas e investir em novas estratégias de atuação. Esta tarefa acaba ficando a cargo de professores sobrecarregados pela quantidade de turmas e alunos a serem atendidos e avaliados, com inúmeras atribuições pedagógicas e sem formação adequada para tal.
Vivemos um período de precarização do ensino público. As questões pedagógicas e a aprendizagem precisam ser priorizadas, não adianta índices de aprovação se nossos estudantes não tiverem acesso a um ensino de qualidade com aprendizagem efetiva para todos.
APLB-SINDICATO
DELEGACIA SINDICAL DO ALGODÃO