Alunos da Escola Municipal Graciliano Ramos produzem Cartilha Antirracista. Veja!

Alunos da Escola Municipal Graciliano Ramos produzem Cartilha Antirracista. Veja!

Os alunos da Escola Municipal Graciliano Ramos produziram uma Cartilha antirracista apresentando termos e expressões que não devem ser usados pelas brasileiras e brasileiros, em sua linguagem cotidiana ou formal, por seu teor racista e ofensivo. Termos como denegrir, tuas negas, mercado negro, foram explicados pelos pequeninos na cartilha. Veja!

 

Story dia da escola branco simples.pdf (4)

 

Racismo escancarado

Um exemplo muito comum é a palavra “escravo”. A palavra certamente deriva do termo latino “sclavus, ou seja, pessoa que pertence a outra, ou de slavus, isto é, eslava ou eslavo, um povo bastante escravizado na antiguidade”.

Outro ponto fundamental apontado é que “os termos escrava e escravo passam a ideia de que a pessoa já nasceu sem liberdade, como algo inato à sua condição, ignorando o fato de que as africanas e os africanos foram trazidos(as) ao Brasil e forçados(as) a trabalhar nessa condição”. Assim, como se explica na cartilha, “a palavra mais adequada para designar essa condição seria ‘escravizado(a)’”.

Racismo escondido

Em outros casos, porém, “à primeira vista, não há nada de errado com a palavra e seu uso, contudo embute-se nela o racismo a partir do instante em que transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras”. Esse é o caso de “esclarecer”, que, conforme a publicação do TSE, “mais adequado, nessas circunstâncias, seria o uso das palavras ‘explicar’ ou ‘elucidar’, por exemplo”.

Inúmeros outros termos são usados sem que a pessoa que os pronuncia sequer note que está difundindo um conteúdo preconceituoso e racista. Entre eles, estão “humor negro” (quando o mais adequado seria humor ácido), “denegrir” (difamar ou caluniar), “cabelo ruim” (cabelos crespos) e “a coisa tá preta” (a situação está difícil).

– Confira abaixo mais algumas palavras e expressões, usadas com frequência no cotidiano brasileiro, mas que devem ser abolidas por causa de seu cunho racista.
1- A coisa tá preta
2- Barriga suja
3- Boçal
4- Cabelo ruim
5- Chuta que é macumba!
6- Cor de pele
7- Criado-mudo
8- Crioulo
9- Da cor do pecado
10- Denegrir
11- Dia de branco
12- Disputar a negra
13- Esclarecer
14- Escravo
15- Estampa étnica
16- Feito nas coxas
17- Galinha de macumba
18- Humor negro
19- Inhaca
20- Inveja branca
21- Lista negra
22- Macumbeiro
23- Magia negra
24- Meia-tigela/de meia tigela
25- Mercado negro
26- Mulata
27- Mulata tipo exportação
28- Não sou tuas negas!
29- Nasceu com um pé na cozinha
30- Nega maluca
31- Negra com traços finos
32- Negra de beleza exótica
33- Negra de alma branca
34- Ovelha negra
35- Preto de alma branca
36- Quando não está preso está armado
37- Samba de crioulo doido
38- Serviço de preto
39- Teta de nega
40- Volta pro mar, oferenda!

 

 

 

 

Você pode gostar de ler também: