Educação básica melhora, mas ensino médio patina, mostra Ideb
Educação básica melhora, mas
ensino médio patina, mostra Ideb
· Índice sobe em quatro Estados apesar de piora de notas
· Governo de Minas Gerais contesta dados do índice do MEC
11/06/2008 – 15h00
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/06/11/ult105u6592.jhtm
Ideb piora no ensino médio em sete Estados
Mariana Tramontina
Em São Paulo
Atualizada às 16:25
Por que a educação brasileira ainda tira nota vermelha? Opine
Enquanto a educação fundamental no Brasil superou as metas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para 2007, o ensino médio do país ainda precisa melhorar a nota em sete Estados.
O indicador criado para orientar o direcionamento de verbas da educação, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo MEC (Ministério da Educação), mostrou que essa foi a única etapa do ensino básico que teve queda no índice. Sergipe é o caso isolado de maior regressão na média. O Estado poderia continuar este ano com a mesma nota de 2005, mas caiu 12,1%: de 3,3 foi para 2,9.
IDEB 2007 |
Infográfico mostra variação do Ideb por Estados; em sete, a média caiu
|
Alagoas3,02,93,3% Amapá2,92,83,4% Espírito Santo3,83,65,3% Goiás3,23,13,1% Pará2,82,73,5% Rio de Janeiro3,33,23,3% Sergipe3,32,912,1%
Estado20052007 Queda |
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta, em Brasília, que já esperava o baixo resultado no ensino médio. “É um desafio muito grande, mas nós temos que nos concentrar na educação básica. O ensino médio exige providências diferentes do fundamental”.
As metas do Ideb para os Estados variam de acordo com o patamar em que se encontravam em 2005. Para 2007, apenas sete Estados tinham como meta alavancar o índice, enquanto os outros 20 poderiam continuar com a mesma média obtida há dois anos. Do total das federações, 13 Estados alcançaram ou ultrapassaram o índice esperado, e sete tiveram queda.
Alagoas (2,9), Amapá (2,8), Espírito Santo (3,6), Goiás (3,1), Pará (2,7) e Rio de Janeiro (3,2) são os outros seis que diminuíram a nota no indicador.
Os Estados que mais subiram no ranking foram Amazonas e Mato Grosso do Sul, ambos em 0,5 pontos. O primeiro foi de 2,4 para 2,9 (20,8%) e o segundo de 3,3 para 3,8 (15,1%).
Mesmo progredindo no ranking, Amazonas ainda tem a menor nota entre os Estados que evoluíram. A diferença do maior índice (adquirido por Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina) é de 1,1 ponto.
Comparando entre todos os Estados, incluindo os que tiveram queda, Pará apresenta a pior média de 2007 no ensino médio brasileiro: 2,7. O Estado tinha como meta sair dos 2,8 para 2,9.
Sete Estados passaram os dois anos estáticos: Minas Gerais (3,8), Pernambuco (3), Piauí (2,9), Rio Grande do Norte (2,9), Rio Grande do Sul (3,7), Rondônia (3,2) e Roraima (3,5) continuaram com a mesma nota obtida em 2005.
Espírito Santo e Santa Catarina, que tiveram os melhores Idebs de 2005 (3,8 cada), saíram com resultados diferentes agora. Enquanto o primeiro caiu para 3,6, o segundo subiu para 4.
Retrato regional
Apesar da baixa em sete Estados, divididos em região, o ensino médio progrediu. No sul, a média subiu: os 3,7 foram para 3,9. Nordeste, sudeste e centro-oeste evoluíram em 0,1 ponto cada, enquanto o norte manteve os 2,9 de 2005.
Em termos gerais, no Brasil, essa etapa do ensino evoluiu de 3,4 para 3,5, alcançando a meta que seria de 2009. Para 2021, a meta do MEC seria chegar a 5,2.
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11/06/2008 – 16h41
Em quatro Estados, índice do MEC sobe apesar de piora de notas dos alunos
Bruno Aragaki
Em São Paulo
e Claudia Andrade
Em Brasília
Por que a educação brasileira ainda tira nota vermelha? Opine
Em quatro Estados, o indicador de qualidade de ensino do MEC (Ministério da Educação), o Ideb, avançou apesar de piora dos alunos em avaliações nacionais. Foi o caso do ensino médio de Ceará e Matro Grosso e das séries finais do fundamental em Rio Grande do Sul e Sergipe.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11), em 2007, esses Estados “passaram de ano” mais estudantes que em 2005, mesmo com as notas mais baixas nos exames bienais do MEC, Prova Brasil e Saeb.
Além desses exames, o Ideb leva em conta a “taxa de aprovação” de alunos – daí a melhora do índice naqueles Estados.
As médias dos alunos nesses exames ainda não foram divulgadas. Os dados divulgados pelo MEC apenas mostram se houve variação positiva ou negativa na taxa de aprovação e nas médias dos alunos.
No Rio Grande do Sul, a diminuição do número de alunos reprovados nas chamadas “séries finais do ensino médio” (5ª a 8ª) garantiu ao Estado alcançar a nota de Ideb estabelecido pelas metas do MEC.
O Estado viu o Ideb subir de 3,8 em 2005 para 3,9 em 2007, mesmo com queda nas notas dos alunos nas provas do MEC.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, descartou relação entre melhora no Ideb e progressão automática – sistema de aprovação todos os alunos de uma rede de ensino.
Segundo o ministro, “se [um Estado ou rede de ensino] aprovar todos os alunos, mesmo os que não aprenderam, as notas cairão nos exames, o que trará para baixo também o Ideb”.
Em 2004, quando foi criado o índice, o MEC condicinou ao cumprimento de metas do Ideb o repasse de verbas a escolas e governos.
11/06/2008 – 16h09
Minas Gerais contesta dados do Ideb 2007
Da Redação
Em São Paulo
Confira o Ideb nos Estados brasileirosPor que a educação brasileira ainda tira nota vermelha? Opine
A educação fundamental no Brasil, de 1ª a 4ª série, superou as metas de qualidade determinadas pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo MEC (Ministério da Educação). Enquanto todos os Estados conseguiram atingir o objetivo para 2009, Minas Gerais foi o único que ficou para trás.
Ideb 2007 |
IDEB PIORA NO ENSINO MÉDIO |
MELHORA RELATIVA NO IDEB |
Nas séries iniciais do ensino fundamental, Minas Gerais tinha como meta para 2007 atingir 4,8, mas o Estado continuou nos 4,7 obtidos em 2005. Nas finais, de 5ª a 8ª série, o índice cresceu em 5,2%: de 3,8 foi para 4. O ensino médio também permaneceu estático, nos 3,8 de dois anos atrás.
O secretário ajdunto de Educação do Estado, João Antônio Filocre, disse que o resultado surpreendeu o Estado e que o Ideb pode não ser o melhor indicador da qualidade do ensino no Brasil. “Temos avaliações como o Proalfa e o Proeb [outrsos sistemas de avaliação] que mostram evolução no indicador de aprendizado dos alunos, e usamos a mesma metodologia do MEC. Queremos a base de dados do Ministério para saber se os dados estão corretos”.
Filocre lembra que o último Educacenso divulgado pelo MEC trouxe erros nos números. “Eles divulgaram dados errados e deixaram 150 mil alunos de fora da avaliação. Escolas inteiras também foram excluídas da contagem. Temos o pé atrás, porque isso também pode colocar o Ideb sob questão”.
Dados ainda são examinados
Segundo o secretário, o Estado já entrou em contato com o MEC para obter dados específicos do Ideb e para saber como o índice foi composto. “A resposta que tivemos é que a base de dados ainda está sendo examinada porque o Ministério não está seguro para encaminhar às secretarias de Estado. Se ainda há dúvidas, por que divulgar esses dados?”, questiona, afirmando que “agora é tudo especulação”.
Ele diz ainda que avaliações aplicadas no Estados indicam a melhoria da rede estadual e piora na rede municipal. “A causa da nota baixa nas escolas do município está na aplicação da Prova Brasil, usada para calcular o Ideb. Várias escolas tiveram problemas com calendário e em algumas até faltaram provas. O MEC contratou uma instituição despreparada para aplicar os exames e nos prejudicou”, justifica.
Segundo o MEC, as médias obtidas por município serão divulgadas na próxima semana. A assessoria de imprensa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) informou que as notas da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) serão divulgadas até o final deste mês de junho.
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