Apesar da exclusão do conhecimento do Espanhol como Língua Estrangeira no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Ministério da Educação (MEC) tem discutido o estímulo ao ensino da língua espanhola no Brasil. O MEC recebeu na última terça-feira (24/09), juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, a delegação espanhola, composta por representantes do Ministério de Educação, Formação Profissional e Esportes; Ministério de Assuntos Exteriores; União Europeia e Cooperação; Embaixada da Espanha no Brasil; e Instituto Cervantes. Os dois países participaram de reunião de cooperação educacional para debater o fomento ao ensino da língua espanhola no Brasil. 

O Ministério da Educação foi representado pela Assessoria Internacional (AI), Secretaria de Educação Superior (Sesu), Secretaria de Educação Básica (SEB), Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O lado brasileiro contou ainda com representantes do Ministério das Relações Exteriores, da Agência Brasileira de Cooperação e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). 

O debate ocorreu à luz da Declaração Conjunta de Chefes de Estado do Brasil e da Espanha de 6 de março de 2024, que reconheceu a importância do aprendizado do espanhol por brasileiros e do português por espanhóis como forma de aproximar as duas sociedades e fortalecer as relações culturais, educacionais, turísticas e comerciais entre os dois países.  

A Declaração também lista compromissos na área educacional, incluindo o apoio à formação de professores brasileiros que lecionam em espanhol e de professores de língua portuguesa que atuam na Espanha, a promoção de atividades dos Leitores Guimarães Rosa nas universidades espanholas e da unidade do Instituto Guimarães Rosa na Espanha, além de incentivar uma maior interação entre os sistemas universitários de ambos os países. 

Os representantes dos governos brasileiro e espanhol realizaram um levantamento das iniciativas de cooperação existentes relacionadas ao ensino do espanhol  – em que se destaca o Programa de Mobilidade dos Assistentes de Espanhol, que beneficia instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – e a identificação das necessidades e áreas prioritárias de atuação para o fomento do idioma. 

Cooperação – O Brasil e a Espanha possuem um longo histórico de cooperação educacional. O tratado Geral de Cooperação e Amizade entre os dois países, de 1992, prevê a promoção do ensino do espanhol no Brasil e do português na Espanha, o intercâmbio acadêmico entre universidades e outras instituições de pesquisa e ensino superior, a troca de informações sobre os respectivos sistemas educacionais, entre outras áreas. 

Mais recentemente, em 2023, Brasil e Espanha assinaram Memorando de Entendimento sobre cooperação no ensino superior universitário, que prevê a consolidação de redes de colaboração entre as universidades de ambos os países, a organização de eventos técnico-científicos conjuntos e o fortalecimento da formação integrada de discentes e docentes brasileiros e espanhóis.