Marilene Betros é premiada no Encontro Nacional das Rainhas Negras com a medalha Zacimba Gaba

A APLB esteve representada no Encontro Nacional das Rainhas Negras, realizado nos dias 12 à 14 de julho, no estado do Rio de Janeiro. Foi promovido um debate para a construção de uma carta que está disponibilizada no final desta nota. 

Durante o debate foi analisada a condição da mulher negra hoje, no Brasil e no mundo. As dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho, a questão do salário da mulher negra, a questão urgente da violência, entre outros pontos importantes. “A gente fez todo um debate em torno da violência. É inadmissível que uma mulher, por ser negra, morra a cada segundo no Brasil. Falamos também sobre a violência que cerca os seus familiares, porque a mulher negra a todo momento perde um filho, ou alguém muito próximo de si,  e um dos motivos é porque vivemos  na periferia. Foi um encontro muito rico pois pudemos ouvir as experiências de vida através de várias mulheres, de todas as partes do nosso Brasil. As dificuldades, o enfrentamento no seu dia a dia até a dificuldade de chegar nesse encontro mesmo”, destacou Marilene.

PREMIAÇÃO

O grande encontro culminou com uma premiação e entrega de medalhas em homenagem à Rainha Zacimba Gaba, uma guerreira, uma princesa angolana que lutou para que seu povo fosse libertado. A premiação ocorreu no Consulado de Angola e a vice-coordenadora Marilene Betros foi umas premiadas com a medalha Zacimba Gaba. 

“Dedico esse prêmio a duas pessoas que marcaram muito minha vida: a minha irmã Mariceia, que desencarnou recentemente e, a Clarice Pereira.  Ambas são mulheres negras que lutaram muito para se colocar e ocupar um lugar nessa sociedade que tanto discrimina e ataca, que não respeita o valor da mulher, principalmente a mulher preta. Por isso, eu dedico a elas e também à todas as minhas companheiras e que atuam, não só no movimento sindical, mas no movimento social e que têm lutado para que no dia a dia nós possamos ocupar o espaço que nos é de direito. Assim eu dedico a medalha às mulheres que lutam e que têm que lutar dobrado no seu cotidiano. Feliz dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha! Que possamos continuar unidas num processo de evolução, de busca, para que os nossos direitos sejam respeitados conforme preconiza as nossas constituições, não só no Brasil, mas pela América Latina e pelo Caribe. Viva a luta, viva a unidade!”, enfatizou Marilene.

Confira a Carta do Encontro Nacional das Rainhas Negras

Carta do Encontro Nacional das Rainhas Negras