“A categoria não foi consultada”, diz Rui Oliveira sobre nova secretária estadual de Educação
Uma das três mulheres indicadas pelo governador eleito Jerônimo Rodrigues para seu novo secretariado, na tarde de segunda-feira (19), foi Adélia Pinheiro, atual secretária da Saúde, que assumirá a Secretaria da Educação. Adélia chegou ao governo da Bahia em 2019, indicada por Rui Costa para a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), onde permaneceu até fevereiro deste ano, até ser deslocada para a Sesab. Ela é médica de formação e doutora em Saúde Coletiva. É professora efetiva da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), instituição da qual foi reitora por dois mandatos.
Apesar de conhecida no meio institucional, o novo nome da Educação na Bahia é desconhecido dos profissionais da rede estadual.
O diretor-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato), Rui Oliveira, comentou a escolha e ratificou que a categoria não foi consultada. “Se foi indicada, eu desejo sucesso. Espero que ela possa ouvir as pautas dos trabalhadores da Educação. A APLB não foi chamada hora nenhuma. Ser reitora não significa que entende da educação básica. Nós temos uma série de problemas. Espero que nós sejamos ouvidos, o que não aconteceu no governo Rui Costa”, disse Oliveira à reportagem.
A lista de desafios da nova secretária é bastante extensa e vai desde melhorar os indicadores da educação básica a trabalhar na perspectiva de resolver o problema histórico do analfabetismo.
Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados em setembro deste ano, mostram a Bahia em penúltimo lugar no ranking de aprendizagem de Português e Matemática.
Em 2019, ano da última avaliação, a Bahia tinha nota de 4,1 na aprendizagem das duas mais importantes disciplinas, resultado que a colocava em 22º lugar. Em 2021, o índice caiu para 3,96, o que fez o estado despencar para a 26ª posição, à frente apenas do Maranhão (3,92).
A nota do ensino médio da rede estadual é a quarta pior do Brasil, ao lado de Alagoas e Maranhão (ambos também com 3,5). O desempenho da Bahia só é melhor que o do Amapá (3,1), Pará (3,0) e Rio Grande do Norte (2,8).
Com informações do Correio da Bahia