‘Racismo é uma doença’, diz Lula após vitória: o que ele fez por negros?
Fonte: Portal UOL
Em uma das eleições mais acirradas da história, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o novo presidente do Brasil e se tornou o primeiro candidato a vencer três eleições no país. Em seus discursos da vitória neste domingo (30), além do tom conciliador, no qual disse que “não existem dois Brasis”, ele também mencionou pautas e ações relacionadas à população negra.
“O racismo é uma doença que nós precisamos extirpar do nosso país! Não é possível! Deus nos fez iguais, e não é possível que alguém seja tratado como inferior só porque não tem a cor branca. Não há nenhum branco melhor do que nenhum negro, e não há nenhum negro melhor do que nenhum branco. Nós somos iguais. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito.”
Lula também se comprometeu com o fim da fome no país — que atinge majoritariamente famílias comandadas por mulheres pretas e pardas. “Nosso compromisso mais urgente”, disse. O aumento dos preços dos alimentos, inclusive, pode ter sido um dos motivos da preferência do eleitorado negro pelo candidato petista.
A pauta racial esteve presente durante os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010. O petista foi responsável pela inclusão do feriado da Consciência Negra no calendário escolar, pela criação do Estatuto da Igualdade Racial e pela criação da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), que atuou na promoção de políticas públicas voltadas aos afro-brasileiros.
No início da campanha à Presidência neste ano, Lula chegou a ser criticado por criar uma chapa composta majoritariamente por homens brancos e sua campanha passou a criar maior articulação com movimentos sociais voltados às pautas da população negra.
A falta de diversidade racial na composição ministerial de Lula ao longo de suas gestões na Presidência também foi ponto de preocupação para seu novo mandato — Gilberto Gil, na Cultura; Benedita da Silva, na Assistência Social, e Marina Silva, do Meio Ambiente, são alguns dos ex-ministros negros do presidente eleito. Em entrevista ao UOL, Marina Silva (REDE), eleita deputada federal, disse que acredita que a composição ministerial de Lula será mais diversa em 2023.