ARTIGO – Por Nivaldino Félix “A FALSA HEROÍNA”
É importante que se ressalte o que aconteceu no dia 13 de maio para que princesa Isabel assinasse a lei Áurea. O Brasil foi o último país da América a acabar com o regime escravocrata. Esta relação de produção estava em completa decadência no mundo, onde homem escravo era força produtiva viva que trabalhava para sustentar uma ociosa e parasita nobreza que maltratava, humilhava homens e mulheres negras. Estes homens e mulheres nunca foram passivos à escravidão, sempre lutaram em busca da liberdade, através de motins, rebeliões ou quilombos. Eram as formas de lutas empregadas por mulheres e homens escravizados, portanto o fim da escravidão foi fruto da luta do povo negro e o fator determinante para a princesa Isabel assinar a abolição da escravatura, foi o avanço tecnológico das indústrias, na Europa, principalmente da Inglaterra. Para que você tenha ideia, os Ingleses muito interessados no fim da escravidão, ajudaram muitos levantes como exemplo, a Revolta dos Malês, em 1835. Esse interesse não era pena dos escravos e, sim, por interesses econômicos, já que escravos não tinham salário para comprar seus produtos industrializados.
D. Pedro II, sentindo-se pressionado pela luta sistemático do povo negro e pelo movimento abolicionista e republicanos, no Rio de Janeiro comandado por José do Patrocínio, o imperador fugiu passando regência para sua filha mais velha Isabel que não teve outra saída a não ser acabar com o sistema de escravidão no Brasil.
Em muitos estados como Ceará e no município de Petrópolis, no Rio Janeiro, os negros e negras já estavam libertos. É importante enfatizar que muitos abolicionistas não queriam a República e sim, o fim da escravidão. O abolicionista negro José do Patrocínio, o mesmo que exaltou a princesa no momento que estava assinando a lei Áurea, quando levantou os braços e exclamou ” Salve princesa Isabel a redentora ”
Portanto nossa referência histórica não é princesa Isabel e sim, Zumbi dos Palmares que morreu lutando por liberdade no dia 20 de 1695. Ele que foi morto e esquartejado pelos bárbaros povos Portugueses.
Este reconhecimento de Zumbi como nossa referência histórica é uma vitória ideológica do povo negro onde coloca o dia 13 maio, na lata de lixo da história, como referência histórica. É uma falsa heroína do povo negro.
Diretor de imprensa da APLB e do Núcleo de pensamento Antirracista da APLB Napar