ATIVIDADES PRESENCIAIS PROVOCAM SURTO DE COVID-19 NAS ESCOLAS PARTICULARES DE VITÓRIA DA CONQUISTA
Por APLB-Conquista
O Decreto Municipal Nº 21.192, de 05 de julho de 2021, autorizou o retorno das atividades presenciais nas escolas municipais e particulares de Vitória da Conquista. A decisão foi muito criticada pelos sindicatos representativos dos trabalhadores em Educação das duas redes, pela APLB Sindicato, pelos pais de alunos, pelo Ministério Público, pelo Fórum Municipal de Educação e pelo Conselho Municipal de Saúde, porque essas entidades e seguimentos não foram consultadas sobre esse retorno. Além do mais, a maioria dos trabalhadores do município estão sem a imunização completa e a vacinação dos alunos ainda não foi iniciada. É importante destacar que os números de ocupação de leitos de Covid-19 na cidade ainda estão altos.
O que os atores sociais que estão contra o retorno das atividades presenciais temem já está acontecendo. Em apenas duas semanas de aulas presenciais nas escolas particulares de Vitória da Conquista, três delas já suspenderam as aulas de várias turmas por conta do surto de Covid-19 identificado entre professores e alunos. É preocupante saber que na cidade existem poucas vagas de UTI’s disponíveis para adultos e não existem vagas de UTI’s infantis no município. Tais casos não estão sendo noticiados na imprensa local e não existe posicionamento por parte das autoridades políticas, judiciárias e sanitárias. Em caso de óbito por conta dessa inconsequência, quem responderá judicialmente?
Para Toni Alcântara, Diretor Geral da Delegacia Planalto da Conquista da APLB-Sindicato, “os casos de Covid-19 no ensino privado são um presságio do que ocorrerá nas escolas estaduais com o retorno das aulas presenciais, sem a devida imunização dos profissionais em Educação. Portanto, devemos combater qualquer ato que coloque em risco a saúde dos trabalhadores em educação e da comunidade escolar”.
Toni Alcântara
O temor de uma contaminação geral preocupa principalmente os pais dos alunos de escolas públicas na cidade, pois os alunos de escolas particulares, que não usam transporte público, estão se contaminando, imagine os alunos das escolas públicas que dependem, em sua grande maioria, do transporte público.
“Meus filhos só voltam a escola se todos os professores e servidores estiverem imunizados, porque os profissionais também têm famílias, assim como eu tenho meus filhos. Não podem jogar sobre os pais a responsabilidade que é do governo municipal e estadual. Primeiro se organizem. Tem escolas do município que estão jogadas às traças, o governo teve um ano e meio para arrumar as escolas, providenciar a vacina dos professores, e não fizeram”, declarou Luana de Oliveira Moreira, que tem filhos nas escolas da rede municipal e estadual, na cidade.
Luana de Oliveira
A APLB Sindicato tem lutado pela preservação da vida nesses últimos meses, contra esse retorno precipitado das atividades presenciais nas escolas, antes da imunização completa dos trabalhadores em Educação. Para Cezar Nolasco, Diretor Regional Sudoeste da APLB, “esse cenário de contaminação descontrolada nas escolas privadas de Vitória da Conquista era previsível, mesmo com a baixa adesão dos alunos – menos da metade retornaram – e demonstra que nossa luta contra o retorno das atividades presenciais nas escolas municipais e estaduais é justa e coerente. Nosso objetivo é a manutenção da vida. Sem a imunização completa dos trabalhadores em Educação, o retorno é inviável. A categoria abraçou a luta e esperamos que a prefeita municipal, assim como o governador do estado, volte atrás da decisão, sem planejamento, que colocou em risco a vida de trabalhadores, alunos e pais de alunos”.
Cezar Nolasco