Para dirigentes da APLB, reforma do Ensino Médio deve ser amplamente debatida no campo educacional

Para dirigentes da APLB, reforma do Ensino Médio deve ser amplamente debatida no campo educacional

A direção da APLB-Sindicato realizou hoje (20) mais uma discussão sobre a reforma do Ensino Médio. O debate teve a participação da secretária de Educação e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Ubaitaba (BA), Roberta Vasconcelos.

 

Feito por meio da Medida Provisória 746/2016, o novo modelo de ensino foi aprovado e sancionado em fevereiro de 2017.  Homologada em dezembro do ano passado pelo Ministério da Educação, a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC), pela qual a reforma será orientada, deve ser implantada até 2021.

 

Na Bahia, o governo estadual pretende instituir as novas regras já no ano que vem. A decisão tem sido criticada por especialistas e entidades da Educação, pela ausência de um debate que contemple a realidade do ensino público do estado.

 

“A reforma do Ensino Médio precisa ser debatida para que não se coloque da forma como está. A BNCC do Ensino Médio tem muitas fragilidades e provoca uma disparidade ainda maior entre a Educação do rico e a do pobre. Por isso, precisa ser amplamente discutida e revista no estado, antes de ser implantada”, destacou Roberta.

De acordo a diretora da APLB, Olívia Mendes, “o governo estadual precisa abrir o processo de discussão, envolver outros atores nesse debate e assumir outros caminhos. Do jeito que a secretaria estadual de Educação propõe, há nitidamente, uma separação da Educação pública e privada, que prejudica a qualidade do ensino público”.

Rui Oliveira, coordenador-geral da APLB, diz que a discussão da BNCC e da Reforma do Ensino Médio não deve ser superficial nem submetida a calendários políticos ou administrativos. Ela deve ser feita com a participação de professores, estudantes e demais integrantes do campo educacional.

“É inoportuno, inadequado, que as mudanças sejam implementadas sem uma ampla discussão, com tudo o que interessa a comunidade escolar. Queremos um debate profundo, para que possamos fazer ajustes, correções, a fim de implantar um Ensino Médio que realmente venha fortalecer a Educação da população”.

Rui informou que o sindicato enviará, ainda esta semana, um documento, solicitando ao governo que o ano de 2020 seja para análise e rediscussão das regras, não de implantação da reforma.

Educação a distância e a manutenção apenas de Português e Matemática como disciplinas obrigatórias são alguns pontos polêmicos do modelo de ensino aprovado.

“Precisamos voltar ao estudo do novo ensino médio, pois a grade proposta não atende a realidade que queremos para o ensino público na Bahia”, disse a dirigente da APLB, Marilene Betros.

 

Fotos: Getúlio Borba

 

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