RESISTÊNCIA É A RESPOSTA CONTRA A OPRESSÃO – GREVE É MANTIDA NA ASSEMBLEIA DESTA QUINTA (9) – CATEGORIA ADERE AO “DIA DO BASTA” – NA SEXTA 10 DE AGOSTO!

RESISTÊNCIA É A RESPOSTA CONTRA A OPRESSÃO – GREVE É MANTIDA NA ASSEMBLEIA DESTA QUINTA (9) – CATEGORIA ADERE AO “DIA DO BASTA” – NA SEXTA 10 DE AGOSTO!

As professoras e professores da Rede Municipal de Ensino de Salvador, liderados pela APLB-Sindicato lotaram o Ginásio de Esportes dos Bancários na manhã desta quinta-feira (9), e a aprovaram com esmagadora maioria a manutenção da GREVE que completa 30 dias. As falas da assembleia desta quinta ainda foram bastante emocionadas com relação à agressão e truculência realizada pela guarda municipal contra os professores e dirigentes da APLB-Sindicato, na manifestação realizada na SMED, na terça-feira (7). A categoria é na sua maioria de mulheres e, chamou a atenção do País, o fato da agressão ter ocorrido justamente no dia em que se comemorou 12 anos da Lei Maria da Penha.

A direção da APLB fez uma avaliação do movimento grevista e esclareceu que não houve avanços junto ao Executivo Municipal, que continua afirmando que só negocia após a suspensão da greve. 

Diversas moções de apoio chegaram em solidariedade aos professores, entre elas, a da Frente Baiana Escola Sem Mordaça e a do SINDSEPS, que foi lida pela diretora Elza Melo durante a assembleia. O Fórum de Gestores também leu carta em que pede ao Executivo Municipal que negocie com a direção da APLB e Comando de Greve para que os professores voltem ao trabalho. Durante a Campanha Eu Assino Pela Educação foram colhidas mais de 13 mil assinaturas. 

A assembleia aprovou a agenda de luta desta semana e vai aderir ao Dia do Basta nesta sexta-feira (9). O Ato, promovido pelas principais centrais sindicais de todo o país,  é contra o desemprego e pelo respeito aos direitos conquistados em décadas de mobilização. Trabalhadores realizarão paralisações, atrasos de turnos e atos de protesto em locais de trabalho e nas ruas.

Veja a reportagem da TV APLB sobre a assembleia de hoje:

Veja abaixo a Agenda da Greve:

SEXTA-FEIRA – 10 de agosto:

Manhã – “Dia do Basta” – 9h – Concentração no Mercado Modelo

Tarde – 16h – Grande Ato na Barra – Concentração no Morro do Cristo

 

SEGUNDA-FEIRA – 13 de agosto – Assembleia Geral, às 10h, no Ginásio dos Bancários. Antes da assembleia o Comando de Greve irá se reunir. 

ENTENDA OS MOTIVOS DA GREVE:

A GREVE dos trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Salvador foi iniciada em 11 de julho de 2018. A data base para o reajuste salarial é maio e desde abril a APLB-Sindicato, entidade representativa da categoria, entregou a pauta de reivindicações e foram realizadas várias reuniões entre o Executivo Municipal e a direção da APLB. Entretanto, como nenhuma resposta positiva foi apresentada, não restou alternativa, senão a greve!

A categoria está cansada da política de arrocho salarial do prefeito ACM Neto, que há três anos impõe reajuste zero, além de investir contra os direitos dos trabalhadores, desrespeitando o Plano de Carreira da categoria. Falta de condições de trabalho na rede e a não realização de eleições para diretores de escolas também estão entre os motivos que levaram à aprovação da greve por tempo indeterminado, a partir de 11 de julho, em assembleia realizada no dia 5 de julho.

Um dos pontos fundamentais da greve é a luta pela melhoria das condições de trabalho.  Muitas escolas em Salvador se encontram em precárias condições de conservação e manutenção e, em grande parte, sofrem pelos transtornos causados pelo calor excessivo ou, quando chove, ocorre suspensão das aulas porque suas dependências apresentam infiltrações, alagamentos, transbordo na rede de esgoto e outros sintomas da inadequação da estrutura, inviabilizando a realização de toda e qualquer atividade na escola. Além disso, faltam professores em diversas escolas, tirando o direito do acesso à educação de muitas crianças.

Reivindicações

A Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial dos Trabalhadores da Educação do Município de Salvador contém ao todo 10 pontos, que já foram discutidos exaustivamente entre a APLB-Sindicato e o Executivo Municipal, mas até o momento não houve avanço porque as tratativas esbarram na posição inflexível do governo municipal no que se refere às cláusulas econômicas.

Inicialmente os trabalhadores reivindicavam reajuste linear de 12,41%, para todos os trabalhadores em educação. A contraproposta apresentada pela Prefeitura é de 2,5%, referente ao avanço de referência, direito previsto no Plano de Carreira da categoria, que seria assegurado apenas para os trabalhadores efetivos, deixando aposentados e professores Reda de fora, o que não foi aceito pela categoria!

Diante do impasse, a greve foi a alternativa que restou aos trabalhadores. Já na segunda semana de greve, numa demonstração de responsabilidade e seriedade, a categoria fez uma flexão quanto ao reajuste salarial e aprovou uma contraproposta de reajuste linear no percentual de 6,8% mais 2,5% de avanço na referência para ser entregue ao prefeito de Salvador.

A posição da categoria nesse momento é que o Prefeito negocie com a APLB, visto que atendeu os trabalhadores rodoviários que ameaçaram greve. A pergunta é: por que não atende os servidores que tem relação direta com ele?

Desrespeito ao Plano de Carreira

Os trabalhadores apontam outros problemas, como o não cumprimento de artigos da Lei 8722/2014 (Plano de Carreira), com destaque para a questão do avanço por mudança de nível, no qual se prevê que o educador seja remunerado de acordo com sua titulação acadêmica, requisito necessário a sua formação continuada e que repercute na sua prática pedagógica.

Eles denunciam ainda o processo de achatamento do poder aquisitivo da categoria que acumula uma perda da ordem de 30%, se analisada a projeção salarial de 2015 a 2018 pelo FUNDEB, que estipula o Piso Salarial Nacional para professores.

A direção da APLB aponta os problemas administrativos e político-pedagógicos derivados da não realização da eleição para gestores escolares. A condição de gestão pro tempore que se instalou na rede municipal de ensino, tirou muito da autonomia da comunidade escolar, havendo relatos de equipes escolares pressionadas, inclusive com alertas sobre a possibilidade de perda do cargo comissionado, ou remoção, aos que questionam os atos e determinações da GRE/SMED. Essa situação está relacionada a indícios de assédio moral e abuso de poder contra professores, coordenadores e gestores.

Necessidade imediata de concurso público!

Embora o município anuncie em mídia que a Educação municipal vai muito bem, a verdade é que faltam professores e coordenadores pedagógicos, auxiliares de desenvolvimento infantil e outros atores necessários ao funcionamento das escolas. Além disso, o plano de Carreira foi aprovado pela Câmara em 2014, criando o cargo de Auxiliar Técnico Escolar, que está sem preenchimento até o momento.

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