REDE MUNICIPAL DE SALVADOR: 2018, ANO NOVO… VELHOS VÍCIOS…
A Rede Municipal de Ensino de Salvador retomou as atividades a partir de 01 de fevereiro de 2018. O que deveria ser um momento de acolhimento de professores com uma jornada pedagógica que favorecesse um ambiente de aprendizagem, iniciou atropelada pela intransigência da gestão municipal. Ao desconsiderar o “Calendário Letivo” construído e aprovado pela categoria em assembleia, orientados pela APLB, a SMED criou situações que tumultuaram a organização das escolas.
O calendário orientado pela APLB se fundamentou no cumprimento da legislação. Também considerou os impactos pedagógicos sobre a descontinuidade do planejamento pedagógico logo na primeira semana de aulas. Uma vez atendidas todas as disposições e exigências, passou a analisar as questões logísticas – transporte, acesso, segurança, entre outras – que são afetadas pelas tradicionais manifestações culturais do ciclo de festas populares de Salvador. Tudo estaria perfeitamente ajustado, com uma jornada pedagógica de três dias, na qual equipe gestora e equipe docente teriam condições para organizar o trabalho de início de ano.
Mas, o vício do autoritarismo, característico dessa administração vem se acentuando e suas consequências estão visíveis a olhos nus…
A jornada pedagógica ficou resumida a um dia com gestores, reunidos silenciosamente num hotel, ouvindo relatos extemporâneos e estranhos aos objetivos do encontro: discutir como as escolas deveriam iniciar o ano letivo e que metas deveriam ser alcançadas, a partir dos recursos disponíveis. O que se viu foi uma plateia apática, tratada de modo infantilizado, sendo inclusive “convidada” a adentrar ao auditório, posto que já havia sido ‘alimentada”. Gerando constrangimentos para os que foram abordados.
Em seguida, surge o problema do circuito da Festa de Itapuã, afetando diretamente pelo menos 07 (sete) escolas, e mais algumas indiretamente, assim como dezenas de professores que residem nas imediações e trabalham espalhados pela cidade, que tiveram seu deslocamento e segurança comprometidos em função da interdição da área da festa.
O dia 02 de fevereiro ocorre uma das mais tradicionais festas populares da Bahia: a “Festa de Iemanjá”, envolvendo toda a cidade, e boa parte dos recursos da segurança pública. Foi descabida a intenção de alguns gerentes regionais de educação e gestores em realizarem atividades isoladas em poucas unidades escolares.
Agora a cereja deste bolo da falta de cuidados para com a Educação soteropolitana foi a demissão de aproximadamente 2000 trabalhadores terceirizados. O primeiro dia de aula, do calendário SMED, foi um ato de desrespeito generalizado.
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Desrespeito aos alunos – A APLB havia alertado sobre o comportamento sazonal do corpo discente de Salvador em função das festas populares e do carnaval. A realidade destes dias de pré-carnaval tem sido escolas vazias, um faz de contas letivo com prejuízos pedagógicos.
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Desrespeito aos servidores e funcionários – O Executivo Municipal resolveu promover a demissão em massa dos funcionários no momento de iniciar as aulas. Então, como organizar a escola sem jornada pedagógica e sem profissionais para garantir o suporte necessário ao funcionamento? Como manter a higiene necessária num ambiente onde se espera a circulação de centenas de alunos? Como receber alunos, pais e professores sem condições de funcionamento? As demissões atingiram em cheio o grupo de apoio as atividades composta por Agentes de Portaria, Auxiliar de Serviços Gerais – ASG, Auxiliar Administrativos, e Auxiliar de Desenvolvimento Infantil – ADI imprescindíveis as atividades da Educação Infantil.
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Desrespeito ao povo de Salvador – uma escola sem funcionários não tem condições de receber alunos, isso consiste numa afronta a cidadania. O Executivo Soteropolitano quer fingir que faz educação, mas o povo de Salvador não aceita educação de faz de contas.
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Desrespeito à gestão democrática – a promoção de uma “dança de cadeiras entre gestores escolares” como estratégia para favorecer interesses questionáveis que atropela os princípios da gestão democrática e participativa. A APLB exige a realização da eleição para gestores conforme estabelecido na forma da Lei.