O NEGRO NA CONTEMPORANEIDADE

O NEGRO NA CONTEMPORANEIDADE

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*Nivaldino Felix

A partir do momento em que os portugueses chegaram ao Brasil, eles sentiram e pensaram como desenvolver este país  com  a mão de obra escrava. Primeiro testaram os índios, que se rebelaram contra a forma violenta e coercitiva que os portugueses os tratavam.

Daí surgir a ideia de explorar os negros como  mão de obra escrava, já que os ingleses usaram  este tipo de conduta para desenvolver a economia. A mão de obra escrava como força produtiva viva. É importante lembrar que, nesse período,  não existia mais a escravidão das pessoas negras na Inglaterra, que já estava na era industrial.

No Brasil, os portugueses precisavam da  mão de obra escrava como elemento fundamental para movimentar toda a  economia, por isso começaram a trazer milhares de homens e mulheres africanos, que vinham nos navios negreiros na condição de escravos.

Hoje, o legado dessa escravidão produziu fome, miséria e analfabetismo. Ainda estamos na base da pirâmide social, experimentando uma nova forma de escravidão no âmbito do capitalismo, que explora a mais valia. Portanto, na era moderna, os negros continuam experimentando um novo tipo de escravidão e sofrendo todo impacto negativo da sociedade.

Na história fabricada pelas classes dominantes, os negros são mostrados como seres passivos. Isto até pouco tempo atrás era ensinado nas escolas como verdade histórica. Até forjaram a ideia de que a princesa Isabel libertou os escravos, quando isto não é verdade. Quem libertou o negro foi sua própria luta e a decadência da relação de produção escravista. Hoje, entendemos que nossa referência histórica é Zumbi dos Palmares, que continua sendo nosso bastião da liberdade. As classes dominantes tiveram que engolir a nossa verdade histórica.

Não podemos hoje fazer o mesmo discurso que fazíamos há 20 anos, a comunidade negra tem evoluído em diversas áreas, o sistema de cotas tem proporcionado o crescimento do número de negros na universidade, a mulher negra, mesmo de forma tímida, têm avançado na sua consciência política, temos em muitos municípios vereadoras negras, há desembargadoras negras, juízas negras, intelectuais negros,  empresários negros. No campo da arte, negros também se destacam.

Outra grande conquista  é que, a cada dia, homens e mulheres  negros e negras têm assumido a sua identidade de origem africana. Com seus cabelos crespos e carapinha passeiam  garbosamente pelas grandes cidades, sentindo-se lindos e belos, como tem que ser. Porém, tudo isso é muito pouco para quem produziu muitas riquezas para meia dúzia de parasitas viver bem. As pesquisas mostram que apenas seis famílias concentram toda a fortuna que o Brasil produz, daí compreendemos que os negros só vão conseguir a sua liberdade com a destruição do capitalismo e a implementação de um sistema político e social justo.

Como primeiro passo para a supressão do racismo e das desigualdades sociais, o caminho, sem dúvida nenhuma, é o socialismo. Tanto isto é verdade, que a ONU, em seu relatório,  está pedindo o fim da austeridade fiscal a todos os países do mundo e sugerindo o direcionamento dos países para políticas de  geração de emprego. Tudo isso tem um sentido: salvar o capitalismo, que está agonizando. Um sistema que, pela sua própria natureza,  produz guerra, miséria e pobreza no mundo.

 

*Nivaldino Felix

Diretor de Imprensa da APLB-Sindicato

Educador, poeta, contista, escritor e pesquisador

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