ARTIGO DE NIVALDINO FELIX SOBRE A GREVE HISTÓRICA – 1ª parte
UM POUCO DA GREVE
Cento e quinze (115) dias de greve determinada pelo não cumprimento do acordo de reajuste salarial – em respeito ao Piso Salarial Nacional – em 22,%22%%, por parte do governo estadual, foi algo inédito na história do movimento sindical no Brasil. F foi uma greve com muitas bravura e coragem promovida e organizada pela APLB-Sindicato, esta greve foi elogiada em todos os cantos do país e até mesmo na imprensa sindical estrangeira.
Este movimento grevista teve grande longevidade em função de anos de estruturação organizacional por parte da APLB, organização esta que chega em todo o interior do Estado da Bahia.
Nesse sentido, a APLB se hoje torna a única força política paralela que pode enfrentar o governo no Estado da Bahia e toda a sua truculência que exibiu contra os trabalhadores em educação no Estado.
A prova dessas questões acima mencionadas é que, durante o período da greve, por onde o governador passou, os professores se mobilizavam para vaiar o nosso algoz.
Não podemos negar de jeito nenhum o papel que jogou o comando de greve, formado por diversas correntes de pensamento – algo inédito no movimento social no Brasil – onde tudo era decidido por consenso, depois de intensas discussões que vararam noites, até mesmo para terminar a greve foi consensual. Todas as forças políticas envolvidas falaram para categoria que a greve deveria acabar já que as condições objetivas não eram mais favoráveis à continuidade do movimento.
Não obtivemos, obviamente, uma vitória econômica em função das medidas torpes de um governo tirânico, que deixou diversos professores e professoras com fome, e que resultou na morte de sete educadores.
O sentimento de frustração da categoria foi grande e isto colaborou na derrota do governo nas urnas nas duas maiores cidades da Bahia: Salvador e Feira de Santana.
Hoje grupos políticos organizados tentam desmoralizar a diretoria da APLB, criando confusão na cabeça da categoria. O que estas pessoas não sabem nesse universo de trabalhadores em educação é que há gente bastante inteligente que sabe fazer a leitura correta da nossa realidade concreta e não se deixa enganar por aventureiros.
Na realidade o que precisamos é unificar nossa categoria objetivando novas batalhas em 2013, além de aperfeiçoar o nível de organização, afinal de contas nossos inimigos de classe são os gestores estaduais, municipais e federal, além da grande burguesia.
Quero aqui saudar o papel destacado das profissionais em educação, que com muita bravura foram o esteio do movimento grevista. Vocês, trabalhadoras, merecem todas homenagens possíveis.
Nivaldino Félix
Diretor de Imprensa da APLB-Sindicato
Responsável pelo Departamento de Funcionários – DEFE
Escritor e pesquisador