4º ESNA: “Trabalhadores precisam de agenda contra a crise”

4º ESNA: “Trabalhadores precisam de agenda contra a crise”

O segundo dia de trabalho do Encontro Sindical Nossa América (ESNA) foi iniciado a partir de uma exposição do secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos. O dirigente, que também é vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM) e um dos coordenadores do evento continental, afirmou que a classe trabalhadora latino-americana necessita de uma agenda comum, com o propósito de enfrentar a crise econômica do capitalismo.

Os professores Rui Oliveira e Marilene Betros, da APLB-Sindicato – Marilene é também dirigente da CTB e Rui da CNTE – participam do encontro.

Batista afirmou que a quarta edição do ESNA já é um evento histórico para o sindicalismo classista na América Latina. No entanto, esse destaque precisa ser traduzido na elaboração de tarefas e desafios para os trabalhadores da região. “Como fortalecer a unidade de ação da classe trabalhadora em nosso continente? Essa é a principal questão deste encontro. Precisamos discutir quais serão nossas principais bandeiras para enfrentar o capitalismo e avançar com a luta pelo socialismo em nosso continente”, afirmou, antes de os delegados se dividirem em três oficinas de debates.

Coube ao dirigente cetebista a coordenação da oficina a respeito da crise econômica do capitalismo e a necessidade de integração regional da classe trabalhadora. Batista afirmou que a crise atual é o desmembramento daquela iniciada em 2008, nos Estados Unidos, e apontou a construção do socialismo, a partir das características de cada país, como solução para o atual cenário. “Não há alternativa intermediária. O problema é estrutural. Antigamente se falava em ‘socialismo ou barbárie’, mas por todo o mundo há sinais claros de situações de barbárie”, alertou.

Cassino mundial

Munido de números, Batista lembrou que a soma dos Produtos Internos Brutos (PIB) de todos os países do mundo é de cerca de US$ 62 trilhões. No entanto, a soma dos valores em circulação, sem qualquer tipo de lastro, já chega a US$ 600 trilhões – “um verdadeiro cassino mundial”, descreveu.

Diante do atual cenário, o dirigente recordou que o mercado financeiro e os governos conservadores têm levado a classe trabalhadora mundial a bancar a conta da atual crise. “Na Europa vemos o desmantelamento do Estado de bem-estar social. Vemos também os trabalhadores com cada vez mais seus direitos reduzidos, por meio de ajustes fiscais”, relatou, antes de lembrar que tais medidas chegaram a receber o respaldo da Confederação Sindical Internacional (CSI).

“O que temos visto é a concentração acentuada do capital, com a exclusão dos trabalhadores”, afirmou Batista, para em seguida destacar, com preocupação, o atual cenário político na Europa: “A direita ganha força a cada eleição, com o respaldo dos movimentos xenófobos e neofascistas. Quando não há perspectiva para a luta, abrem-se espaços para esse tipo de forças”.

 

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