TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR  DECIDEM: CADA DIA É DIA DE LUTA EM DEFESA DA VIDA!

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR  DECIDEM: CADA DIA É DIA DE LUTA EM DEFESA DA VIDA!

 

Reunidos na tarde desta terça feira (27/04), os trabalhadores em Educação do município de Salvador decidiram pela desobediência ao Decreto do Prefeito de retomada das aulas presenciais, na próxima segunda feira, 03/05. A votação, nesta reunião, teve o seguinte resultado: 98% dos presentes foram contra as atividades presenciais e 2% a favor.

Desde o início da pandemia, quando todas/os foram obrigados a permanecer no isolamento social por conta do coronavírus, a APLB-Sindicato vem alertando ao governo do Estado e aos prefeitos de Salvador e cidades do interior da Bahia que o retorno de qualquer atividade presencial só seria possível com a imunização dos trabalhadores em Educação, bem como, a garantia de segurança nos ambientes escolares, no cumprimento rígido das medidas de biossegurança.

 Outras bandeiras levantadas pela APLB-Sindicato referem-se à formação dos trabalhadores em educação e à oferta de um pacote básico de dados, especialmente num momento em que o uso das ferramentas digitais tornou-se necessário para que o processo de ensino e aprendizagem síncrono e/ou assíncrono se desse com eficiência e qualidade.

Outro grande problema que a rede atravessa é a grande carência de trabalhadores em Educação que atuam na limpeza, higienização, confecção de merenda e de ADIs, uma realidade que já se apesentava precaríssima desde antes da pandemia. E, para uma eventual retomada das atividades presenciais com alunos, nesse momento, seria necessário suprir integralmente o quadro de vagas desses profissionais, especialmente nesse momento em que a segurança sanitária é prioridade no ambiente escolar, seja para manter a escola limpa e higienizada, seja para os cuidados com os alunos, especialmente as crianças pequenas.

Desse modo, a insistência do prefeito e secretário da Educação pela retomada das aulas presenciais é extremamente preocupante porque as crianças podem ser vetores de contaminação na medida em que entram em contato com outras pessoas em escolas e creches. Não há como controlar o distanciamento, especialmente entre as crianças, levando-se em conta que também não há pessoal de apoio suficiente para ajudar a/o professor/a. Considere-se que a escola é um espaço de humanização, de afeto, de acolhimento da/o aluna/o, para que ela/e se sinta segura/o e confortável para aprendizagem e socialização.

De forma desrespeitosa, o Prefeito e o Secretário da Educação divulgam na imprensa que os professores são os únicos servidores que não estão trabalhando. A indignação tomou conta de todas e de todos os trabalhadores em Educação que não deixaram de cumprir com suas atribuições um dia sequer, desde o inicio da pandemia! A direção da APLB-Sindicato teve o desprazer de ouvir essas afirmações deles durante a reunião do dia 23 de abril, e, imediatamente rebateu, exigindo respeito para as/os professoras/professores, as coordenadoras/es, que estão submetidos a dupla e até tripla jornada de trabalho, sendo que muitos encontram-se adoecidas/os, pois vêm cumprindo com abnegação e responsabilidade o continuum 2020/2021, com as aulas remotas, mesmo sem ter em troca nenhum apoio da SMED, quer seja do ponto de vista financeiro, material e emocional. Aliás, tiveram perdas salariais (gratificações e auxílios) e todo o trabalho realizado no ano de 2020 não foi validado pela responsabilidade única e exclusiva do executivo municipal, que não publicou nenhuma normativa para regulamentar o ensino remoto/2020.

Capitulo à parte, as/os gestoras/es e demais funcionárias/os realizaram o trabalho presencial de forma ininterrupta desde o inicio da pandemia, distribuindo cestas básicas nas unidades escolares, submetidos a aglomerações de pais, que também se transformaram em vítimas quando se expõem ao contágio do vírus. Lamentavelmente, o pior aconteceu, pois 04 companheiras, entre gestoras e vice-gestoras, já foram a óbito, sem contar que há profissionais que contraíram a doença, sendo que alguns ainda permanecem hospitalizadas/os.

Assim é que,

Causa Espanto e indignação em todas/os o fato de o executivo municipal contabilizar o percentual de leitos de UTI ocupados e vazios como argumento para a reabertura das aulas presenciais. Isso é inaceitável!

Causa Perplexidade e estranheza a postura do prefeito e do secretário da Educação, quando, em vez de elogiar essa aguerrida categoria, em vez de valorizar o trabalho realizado por esses profissionais que elevam o IDEB das escolas, que fazem a educação do município de Salvador acontecer, desrespeitam-nos e desconstroem a imagem da rede pública municipal de ensino.

Enfim, o executivo municipal só tem uma única palavra de ordem: IMPOR, sem dar nada em troca!

Frente ao exposto, os trabalhadores em educação do Município de Salvador, contrapondo-se à decisão do Executivo Municipal de retomada das aulas presenciais, no dia 03/05, por meio de Decreto publicado no dia 23/04, posicionam-se:

  1. Paralisação de três dias (03, 04 e 05 de maio), pela REVOGAÇÃO DO DECRETO E EM DEFESA DA VIDA, sem a realização de qualquer atividade presencial nas escolas, DANDO CONTINUIDADE ÀS AULAS REMOTAS de forma qualitativa, ou seja, exigindo que a SMED ofereça todo o suporte necessário para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem;
  1. Indicativo de greve, caso o executivo municipal não revogue o Decreto de retomada das aulas presenciais, que só deve acontecer quando todas/os estiverem imunizados pela vacina, ou seja, que tenha sido cumprido todo o ciclo de proteção;
  1. Cobrar do Prefeito retratação por ter afirmado publicamente que os professores não trabalham;

 

  1. Elaborar Carta à Comunidade esclarecendo sobre os motivos que nos levam a não concordar com as aulas presenciais;
  1. Articular-se com as gestoras e gestores no sentido de que realizem reuniões abertas com todos as/os trabalhadoras/es em educação, famílias e Conselho Escolar, até sexta feira, de forma virtual, a fim de dialogar a respeito dos riscos de contaminação do vírus e orientar, com base na Carta à Comunidade elaborada pela APLB, para que não mandem as crianças às escolas;
  1. Levar para a reunião estadual de quarta-feira proposta de DIA ESTADUAL DE LUTA, com paralisação, em apoio aos trabalhadores em educação do município de Salvador, contra o Decreto do Prefeito de retomada das aulas presenciais e em defesa da vida;
  1. Propor a realização de grande carreata em Salvador, a ser construída juntamente com o SINPRO, a ASSUFBA, ASPROLF, APUB, ADUNEB e outras entidades, contra o Decreto do Prefeito e em defesa da vida.
  1. A APLB deve orientar a toda a categoria para gravar pequenos vídeos denunciando as arbitrariedades do executivo municipal (situação das escolas, falta de apoio para a realização das aulas remotas, falta de respeito do executivo municipal quando afirma que os professores não trabalham etc)
  1. Registrar e encaminhar para a APLB-SINDICATO fotos, vídeos e depoimentos das famílias, sobre as reais condições físicas das escolas e se estão sendo cumpridos os protocolos de biossegurança, bem como sobre a retomada das aulas presenciais nesse momento.

 

  1. Colocação de cruzes em frente à Prefeitura com o nome dos companheiras/os que foram a óbito. Essa proposta será combinada com o SINPRO e com o Sindicato dos Terceirizados;
  1. Ocupar a imprensa e as redes sociais com os CARDS e depoimentos de professores e famílias;
  1. Articulação da APLB-Sindicato junto aos 12 prefeitos da Região Metropolitana para que façam gestões junto ao prefeito de Salvador pela revogação do decreto

 

  1. Divulgar em nota paga a carta conjunta da APLB-SINDICATO e SINPRO no Jornal “ATARDE”

 

  1. Ampla divulgação nas redes sociais do CARD: O PREFEITO QUER A VOLTA ÀS AULAS, MAS A PROFESSORA (NOME DA/O PROFESSORA/OR) NÃO VAI VOLTAR PORQUE MORREU DE COVID

 

  1. Cobrar posição do CME, do MP, da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores sobre a decisão do Prefeito de reabertura das aulas presenciais;
  1. Entrar com ação judicial contra o Decreto do Prefeito de retomada das aulas presenciais;
  1. Nova reunião ampliada da categoria, a ser realizada na quarta feira, dia 5/05, às 14h, para avaliar a paralisação;

 

  1. Construir uma agenda politica de contraposição ao governo Bolsonaro, contra as medidas antipopulares, antitrabalhadores, antinação, pela postura genocida no descaso à doença provocada pelo vírus, etc

 

  1. Reafirmar a posição de nenhuma retirada pelos professores das atividades impressas nas escolas;

 

  1. Reservar um espaço no site da APLB para os depoimentos das famílias, dos alunos, trabalhadores em educação;

 

  1. Colocar carros de som para circular nos bairros de Salvador com uma gravação padrão;

 

  • PREFEITO, SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO, EXIGIMOS RESPEITO!
  • VACINA PARA TODAS/OS!
  • REVOGA O DECRETO, PREFEITO!
  • FORA BOLSONARO!

 

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