Salário: novo valor obedece acordo com o movimento sindical

A ação do movimento sindical, através das marchas anuais que organizou e dos processos de negociação que se seguiram, permitiu que o salário mínimo tivesse um reajuste real acumulado de 30,11% entre 2004 e 2007 – o mais alto das duas últimas décadas e bastante superior ao que estabeleciam as previsões orçamentárias oficiais e ao que defendia a equipe econômica do governo federal.

Por ter forçado o governo a elevar as propostas iniciais de reajuste, o processo de valorização do salário mínimo nos últimos anos configura, inegavelmente, um avanço produzido pela organização dos trabalhadores.

A definição do reajuste a vigorar a partir do próximo mês de março deve obedecer aos critérios do acordo firmado entre as centrais e o governo no final de 2006, quando foi estabelecida uma política de médio prazo para os reajustes.

O novo valor do salário mínimo deve corresponder ao INPC dos 11 meses transcorridos entre abril de 2007 e fevereiro de 2008, somado à variação do PIB em 2006. É importante lembrar que o INPC de fevereiro ainda não foi divulgado oficialmente, o que impede a antecipação precisa do novo valor. Porém, já é possível afirmar que o acumulado desde 2004 deve atingir 35% de reajuste real.

 

Conquista para o futuro

A política de valorização do salário mínimo segue até 2011, quando está prevista a revisão do acordo através de novo processo de negociação.

“Para a CUT, o acordo significa um importante passo para reverter o achatamento brutal do salário mínimo nos anos 1990 e início dos anos 2000, e um dos importantes fatores do fortalecimento recente do mercado interno. Os reajustes incidem sobre os ganhos de aproximadamente 18 milhões de assalariados e de 17 milhões de aposentados e pensionistas. E fazem parte da luta pelo salário mínimo necessário estimado pelo Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], de R$ 1.924,59, que devemos continuar perseguindo”, diz Artur Henrique, presidente nacional da CUT.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também comemorou o cumprimento do acordo. “Nós participamos dessa discussão de uma política permanente de reajuste do salário mínimo. A questão da data de pagamento ir diminuindo até janeiro do próximo ano foi uma medida positiva. Porém, todos sabemos que o nosso salário mínimo ainda está longe de ser o ideal, como inúmeras pesquisas do Dieese já demonstraram. Mas, pelo menos podemos contar com uma política permanente de reajuste, o que é uma grande vitória, já que em longo prazo poderemos alcançar esse mínimo ideal. Sem dúvida, uma grande conquista de todo movimento sindical”, disse Wagner Gomes, presidente da CTB ao Vermelho.

Você pode gostar de ler também: