Pesquisa Ibope: 68% dos soteropolitanos não concordam com a volta às aulas em 2020

Pesquisa Ibope: 68% dos soteropolitanos não concordam com a volta às aulas em 2020

Ibope ouviu 602 entrevistados de salvador entre os 28 e 30 de outubro. A pesquisa tem 95% de nível de confiança.

 

Pesquisa Ibope aponta que 68% dos entrevistados não concordam com a volta às aulas

Uma pesquisa encomendada pela TV Bahia apontou que 68% das pessoas entrevistadas em Salvador não concordam com a volta às aulas ainda este ano. Apesar da rejeição, ainda não há previsão para o retorno das escolas.

O Ibope ouviu 602 entrevistados de Salvador entre os 28 e 30 de outubro. A pesquisa tem 95% de nível de confiança.

Entre os entrevistados, 7% responderam que concordam totalmente com o retorno das aulas presenciais; 10% disseram que concordam em partes. Já 11% discordam em parte. A maioria, 68%, discorda totalmente da volta às aulas ainda em 2020; 3% nem concordam, nem discordam. E 1% não sabe ou não respondeu.

Para o médico e cientista Miguel Nicolelis, que é membro do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, ainda não é hora do retorno.

“Em todos os lugares do mundo onde as escolas foram abertas em momento que a pandemia não estava completamente debelada, elas tiveram que fechar. Então, eu acho que nesse momento nós tínhamos que consolidar os ganhos porque o risco da segunda onda é real”, alertou.

O Sindicato das Escolas Particulares na Bahia é a favor da volta às aulas presenciais ainda este ano.

“Para que o mês de dezembro, final de novembro, sirva de experiência do que será o funcionamento da escola lá em fevereiro, quando começar o calendário 2021”, disse Jorge Tadeu Coelho, diretor do sindicato.

Quase 70% das pessoas não concordam com a volta às aulas ainda este ano, aponta pesquisa — Foto: Reprodução/RPC

Igor Borges, infectologista da Universidade de São Paulo que presta assessoria a 11 escolas particulares de Salvador, destacou desafios para a volta dos estudantes, desde condições de infraestrutura dos prédios ao treinamento dos educadores e alunos. Para ele, a idade dos estudantes e a diferença de realidade entre escola públicas e particulares devem ser levadas em conta

“Algumas escolas têm uma condição melhor, mais seguras e pelo menos tiveram mais condições de proporcionar um ambiente mais seguro para as aulas presenciais, mas outras escolas vão ter um ambiente de mais desafio. Mas, em relação à escola pública, do ensino infantil, terão dificuldade maior. E acho que essas escolas não tenham condições de voltar no momento”, explicou.

A Secretaria de Educação do Estado diz que não vai ter datas diferentes para o retorno das aulas nas escola públicas e privadas.

“Não haverá tratamento diferenciado. A gente não quer correr o risco de criar expectativas e depois não ter as condições reais de acontecer”, contou o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

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