Para CTB, reforma tributária proposta pelo governo é ‘tímida’

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), Wagner Gomes, declarou nesta segunda-feira (25), em Brasília, que a reforma tributária proposta pelo governo Lula “”é tímida, não corresponde aos interesses da classe trabalhadora e tem aspectos preocupantes””.
A preocupação do sindicalista, que participou de uma reunião sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega é com a desoneração da folha de pagamentos através do fim do salário-educação, além da redução da contribuição patronal para o INSS – de 20% para 14%.

A arrecadação do salário-educação representou algo em torno de R$ 7 bilhões em 2007. “”Não está claro como esses recursos que são destinados à educação serão compensados. Nós não podemos aceitar o fim puro e simples do salário-educação””, ponderou Gomes.

O mesmo raciocínio se aplica à redução da contribuição das empresas para a Previdência. “”Já dizem que a Previdência é deficitária com as receitas que recolhe atualmente. Com a diminuição da contribuição patronal. a pressão para uma mudança das regras contra os trabalhadores e trabalhadoras, que já é grande, tende a aumentar””, assinalou o presidente da CTB. “”Queremos o fim do fator previdenciário e o fortalecimento da Previdência Pública – nunca o enfraquecimento. Por isso, estamos seriamente preocupados.””

Wagner Gomes lembrou, ainda, que as centrais lançaram recentemente uma nota conjunta em defesa de uma reforma tributária socialmente justa, fundada no princípio da progressividade. Entre outras coisas, o movimento sindical pleiteia a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas (previsto na Constituição), a elevação dos tributos sobre herança, a taxação dos lucros auferidos com a especulação financeira e das remessas de lucros e dividendos, além da isenção de impostos sobre a cesta básica.

Nada disso foi contemplado na proposta do governo. “”Conclamamos as centrais e o conjunto do movimento sindical a unificar suas forças e intensificar a luta por uma reforma tributária progressiva e socialmente justa, nos termos do documento aprovado e divulgado em janeiro””, finalizou Wagner Gomes.

 

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