“Não há vontade política de muitos governantes com a EJA. Por isso, precisamos saber eleger nossos representantes”, dispara Arielma Galvão em seminário promovido pela UNEB
A APLB-Sindicato esteve presente no Seminário “O Ensino Médio na Educação de Jovens e Adultos: Desafios e Potencialidades para Garantia do Direito à Educação”. O evento promovido pela UNEB- Universidade Estadual da Bahia e outras instituições da área da Educação, reuniu estudantes, professores e gestores de apoio pedagógicos de jovens e adultos na última quarta-feira (25/09), em Salvador. O evento, promovido pelo Departamento de Educação (DEDC) do Campus I, teve como objetivo compreender e interpretar as mediações e determinações da transição dos jovens do ensino médio regular para o ensino médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos, no formato presencial. Arielma Galvão, da diretoria da Educação, representou a APLB-Sindicato e contribuiu para o enriquecimento do debate.
Compromisso com a Educação
Em sua fala Arielma fez duras críticas à falta de vontade de governantes para com a EJA – Educação de Jovens e Adultos e chamou a atenção para o atual cenário das eleições municipais destacando a importância da escolha de candidatos comprometidos com a Educação. “Não há vontade política de muitos governantes com a EJA. Por isso, precisamos saber eleger nossos representantes”, enfatizou a diretora.
A partir da sua experiências na EJA I e como coordenadora pedagógica do tempo juvenil, fundamental 2, Arielma pontuou alguns fatores que interferem no processo de persistência e abandono dos (as) estudantes da EJA como: o cansaço, devido ao trabalho diurno; necessidade de cuidar dos filhos, falta rede de apoio; falta de condições econômicas para continuar frequentando as aulas (o pé de meia vai atender 540 mil estudantes do ensino médio da EJA, do bolsa família, até a conclusão e participação no ENEM, valorizamos essa ação e queremos ampliar) ; precariedade nas condições de estrutura das escolas e na qualidade do ensino; além de condições de acesso e segurança deficitárias; falta de escola e vaga perto de sua residência, pois a política que chegou para a sua comunidade foi o fechamento da única escola que tinha, com a qual o/a aluno/a construiu uma identidade (com o fechamento, sem diálogo, se configura como violência institucional); falta de material didático adequado e suficiente; dentre outros fatores.
Denúncia
Em sua exposição no Seminário Arielma Galvão também relatou o fechamento das 44 escolas da EJA em Salvador e explicitou a luta da APLB-Sindicato nesse ponto, inclusive com a denúncia ao Ministério Público, que gerou um TAC-Termo de Ajustamento de Conduta, que está sendo acompanhado nesse momento.
“Diante desse cenário, poucos permanecem, poucos chegam ao ensino médio, pois não tiveram uma base que lhes dê condições para isso. São 68 milhões, com 18 anos ou mais, que não concluem a educação básica”, alertou Arielma.
Propostas
Diante do alarmante cenário, a diretora da APLB apresentou algumas propostas durante o seminário:
– Eleger representantes que tenham compromisso, que assinaram o pacto pela alfabetização, que implementam a EJA;
– Busca ativa: ações de identificação, localização e resgate de estudantes em situação de “evasão e abandono escolar”.
– Formação permanente e em serviço dos/as professores/as;
– Valorização dos/as professores/as;
– Política nacional, estadual e municipal da EJA implementada, com orçamento garantido, para acesso, permanência e sucesso dos/as alunos/as na EJA, dentre outras.