CNTE propõe pacto em defesa da integralidade dos recursos da educação

A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Juçara Dutra Vieira, convidou todos os representantes das entidades presentes nesta quinta-feira (17) na abertura do 30º Congresso Nacional da Educação Pública, em Brasília, a promoverem um pacto para que nenhum recurso da educação seja retirado do Orçamento. Para a presidente da CNTE, “o direito à educação é atacado quando seus profissionais não são valorizados”.

Juçara Dutra aproveitou para propor uma Jornada Nacional de Paralisação pelo Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) no mês de março, para dialogar com a sociedade brasileira sobre a necessidade de valorização profissional como condição para a qualidade da educação pública. Segundo Juçara, o 30º Congresso da CNTE “deve estar engajado no Dia de Ação Global da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no próximo dia 26 de janeiro”.

De acordo com a presidente da CNTE, “a luta contra o neoliberalismo, o imperialismo belicoso, a concentração de renda, o monopólio da informação está longe de esgotar-se”. E acrescentou que o 30º Congresso vai reunir, durante quatro dias, um grupo plural de trabalhadores que lutarão sempre em defesa da educação pública de qualidade.

O secretário de Assuntos Internacionais da CUT, João Antonio Felício, que integrou a mesa do Congresso, parabenizou a CNTE pela iniciativa de promover o encontro e afirmou que a unidade da esquerda é fundamental em prol da luta dos direitos dos trabalhadores. E lembrou que “os avanços conseguidos nos últimos anos foram conseguidos graças à união dos movimentos sindicais”.

Já o representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny, disse que somente por intermédio de uma educação pública de qualidade será possível diminuir as disparidades e alcançar a igualdade. “Nunca  será demais lembrar que uma  educação pública de qualidade é um dos direitos proclamados na Declaração  Mundial dos Direitos Humanos”. Ressaltou ainda que “uma política de educação não terá sucesso sem o envolvimento de todos os professores e que o piso nacional em discussão no Congresso Nacional é ponto de partida para a valorização do educador”.

Elie Jouen, representante da Internacional de Educação (IE), também presente na abertura do encontro, destacou o papel da organização  “na defesa dos interesses da educação pública no contexto de cada país, no Brasil e em especial da CNTE,  uma vez que existe o risco de globalização que deve ser combatido”. Ele destacou que “a campanha mundial pela educação pública de qualidade para todos, criada há alguns anos, marcará uma nova etapa de desenvolvimento”.  A IE é uma organização que congrega todas as confederações de educação do mundo em defesa dos direitos dos educadores.

O secretário-geral adjunto do Ministério da Educação, Francisco das Chagas Fernandes, que representou o ministro Fernando Haddad, lembrou o papel da CNTE na luta por uma educação pública de qualidade e disse que “graças à mobilização dos trabalhadores o projeto do piso salarial foi muito modificado e que as mudanças vão ajudar a melhorar o salário dos profissionais de educação”.

O 30º Congresso Nacional da Educação Pública começou ao som de músicas de Pixinguinha, Raul de Barros, Altamiro Carrilho e Jacó do Bandolin tocadas por integrantes do Clube do Choro de Brasília. Em seguida foram homenageados representantes de entidades do terceiro setor que defendem a causa da educação no Brasil.

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