CLARICE PRESENTE! VIVA AS MULHERES NEGRAS LATINO AMERICANAS E CARIBENHAS por Marilene Betros

CLARICE PRESENTE! VIVA AS MULHERES NEGRAS LATINO AMERICANAS E CARIBENHAS por Marilene Betros

Hoje, 25 de julho, quero homenagear às mulheres negras da APLB, em nome de Clarice Pereira – CLARICE PRESENTE!. A data, além de ser o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, celebra-se também o Dia de Tereza de Benguela, líder quilombola que muito lutou pela emancipação da mulher negra. A Rainha Tereza é a personificação dessa luta de resistência à escravidão durante duas décadas, de resistência à violência e a invisibilidade na história.

A mulher negra sofre as mais diversas formas de violência: social, doméstica, obstétrica e outras. Pesquisa do IPEA de 2018 aponta que, no Brasil, as mulheres negras ainda não alcançaram 40% da renda dos homens brancos e ganham cerca de 60% em relação a mulheres brancas. 39,1% das mulheres negras ocupadas estão inseridas em relações precárias de trabalho.

A cada 3 mulheres em privação de liberdade, 2 são negras. O número de mulheres negras que não receberam anestesia durante o parto normal é duas vezes maior que o de mulheres brancas. Mulheres negras tem uma sub-representação na política, nos cargos de chefia, no governo, nos meios de comunicação.

De acordo com o Mapa da Violência, o número de homicídios de negros cresceu 23%, enquanto o de brancos caiu 6,8%. Entre 2006 e 2016, essa mesma taxa cresceu 15,4% para cada 100 mil mulheres negras e diminuiu 8% para as não-negras. Na área da Educação, de acordo com dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%).

É muito importante que coloquemos a luta pelo empoderamento da mulher negra na ordem do dia. É preciso buscar maior representatividade para as mulheres negras no cenário social, econômico e profissional. Que nesse Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha (25/07), onde temos visibilidade, façamos uma reflexão e elevemos nossas vozes para celebrar e denunciar a situação de desigualdade das mulheres negras e reforçar a luta para mudar essa dura realidade. VIDAS DE MULHERES NEGRAS IMPORTAM!

Marilene Betros*
Vice-coordenadora e diretora do departamento jurídico da APLB-Sindicato

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