Artigo – A Mulher Brasileira na Contemporaneidade
Mais que rasgar os sutiãs, as brasileiras precisaram romper com os tabus de uma sociedade machista onde a mulher desde a infância sofria apenas por ter nascido fêmea e não merecia ser ouvida ou levada em consideração pelos homens da família, as quais saíam das mãos do pai para as mãos do marido que se tornava seu amo e senhor com todos os direitos. Para as mulheres cabiam os trabalhos domésticos como parir, criar e educar os filhos além de servir ao marido de acordo com a sua vontade.
Mesmo com todas as adversidades as guerreiras não se curvam e vão à luta pelos seus direitos empunhando bandeiras em defesa da liberdade do direito ao próprio corpo, a uma educação formal que lhe garanta o conhecimento e o desenvolvimento cultural e profissional na busca de uma oportunidade no mercado de trabalho, o que segundo o IBGE nas últimas décadas as mulheres são maioria nas universidades e nos cursos de especialização, mestrado e doutorado. Também são maioria no mercado de trabalho formal e informal, cerca de 40% das famílias brasileiras hoje são chefiadas por mulheres. Não há como negar o protagonismo da mulher no desenvolvimento econômico, político e social do país. Sendo a maioria da população, mais da metade do eleitorado brasileiro, apesar das lutas e de todas as conquistas que não foram poucas, mas a luta é árdua e crescente não se pode vacilar na defesa das bandeiras feministas e na busca pela garantia dos direitos já conquistados.
O preconceito e a discriminação ainda fazem parte de uma sociedade que conserva resquícios do coronelismo onde a mulher continua sendo vista por alguns como o sexo frágil, incapazes de tomar decisões e resolver problemas. Este é um dos discursos utilizados para penalizar as companheiras e justificar os salários mais baixos no exercício da mesma função, a violência doméstica, o assédio moral e sexual, entre outras formas de humilhação. E se esta mulher for negra o sofrimento é dobrado em todos os sentidos. Mas não há vitória sem luta, vamos em frente buscando ocupar os espaços nos fóruns onde são tomadas as decisões. Mesmo com todas as conquistas e avanços, ainda são minoria nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, no Senado, enfim nos espaços de poder mesmo tendo uma mulher no cargo mais alto do país na Presidência da República.
Mulheres venham para a luta, pois unidas somos invencíveis!
Gercyjalda Rosa da Silva e Silva
Diretora Social da APLB-Sindicato