A APLB-SINDICATO POSICIONA-SE SOBRE A NOTA DO FÓRUM DE GESTORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SALVADOR

A APLB-SINDICATO POSICIONA-SE SOBRE A NOTA DO FÓRUM DE GESTORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SALVADOR

A APLB-Sindicato vem, de público, posicionar-se a respeito da nota veiculada pelo Fórum de Gestores da Rede Municipal de Ensino de Salvador, que contém a transcrição da posição do Secretário de Educação. Essa nota causou surpresa à direção do sindicato e à categoria, que provavelmente não reflete a unanimidade entre as/os gestoras/es.

É natural que, em qualquer grupo social, especialmente no ambiente de trabalho, ocorram divergências, decorrentes de pensamentos e posturas diferenciadas. A heterogeneidade é saudável para que os confrontos sejam problematizados e elaborados dentro do próprio grupo, promovendo os saltos qualitativos necessários aos avanços que o processo exige.   Entretanto, desconhecer o papel de um Sindicato, qual seja o de encaminhar, dialeticamente, as lutas da categoria, é favorecer a cisão entre trabalhadores que lutam pelos mesmos interesses e pelos mesmos direitos.

Ressalte-se que a APLB-Sindicato é uma entidade que nunca deixou de estar à frente das lutas políticas e educacionais, sempre esteve ao lado dos trabalhadores, contra todo e qualquer tipo de injustiça, lutando pelos direitos e pela qualidade da educação no município de Salvador.

A nota do Fórum de gestores traz, no seu contexto, exclusivamente a posição do secretário da educação, não havendo nenhuma menção à APLB-Sindicato, entidade que nunca se furtou em estar ao lado das/os gestoras/es, participando das reuniões do Fórum realizadas na sede do sindicato, mantendo relações sempre harmônicas, no trato das demandas não atendidas pela SMED, e compartilhando a contínua preocupação de todas/os para que o executivo municipal ofereça educação de qualidade para o povo mais sofrido da nossa cidade. Tratar de demandas que surgem, é válido! Porém, substituir o papel o papel do sindicato, como é o desejo do secretário da educação – o que essa nota deixa transparecer -, é inaceitável!

Nesse período de pandemia, o Fórum de Gestores sempre teve lugar de fala em todas as atividades realizadas pela APLB, sendo que o respeito a esse coletivo tem sido uma prática, havendo, continuamente, concordância sobre os temas tratados. Registre-se que as pautas reivindicatórias encaminhadas ao executivo municipal, as notas públicas, assim como as demandas das/os gestoras/es nunca foram esquecidas/os.

Chamou a atenção um trecho da nota que explicita: “O Secretário nos informou que tem pensado e levado muito em consideração as questões apresentadas pelo Fórum de Gestores por entender que esse diálogo é importante e tem trazido demandas específicas do olhar de quem dirige a escola sem o levante de questões partidárias (negrito nosso), apenas lidando com o pensar sobre as questões educacionais, evitando inúmeros desgastes desnecessários.”.

Levante de questões partidárias? Como assim? Essa é uma afirmação extremamente infeliz, na medida em que contraria até mesmo a Constituição Federal que estabelece no seu Artigo 1º, Parágrafo Único: ‘’Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição’’.

É sabido que o secretário da educação, gestoras/es escolares e grande parte da categoria têm filiação partidária. Mas qual é o mal nisso? Qualquer cidadã/ao pode e deve ter filiação partidária.

Os partidos políticos têm grande importância no sistema democrático, já que servem de articulação entre as pautas da sociedade e dos governantes. Compete ao povo aprender a votar para não errar como em 2018 que elegeu um presidente genocida, negacionista e negligenciador da lei e do respeito à vida.

A prática da APLB-Sindicato sempre foi tratar com os governos estadual e municipais sobre as “demandas específicas” da categoria, sempre “lidando com o pensar sobre as questões educacionais”, ainda que as preferências partidárias entre as partes (APLB-Sindicato X governos estadual e municipais) sejam opostas. As divergências políticas e as cores partidárias nunca foram obstáculos para o trato das pautas de reivindicações da categoria, ratificando, inclusive a condição da APLB  como um sindicato suprapartidário, pois representa os trabalhadores em educação das redes públicas estadual e municipais que tenham filiação partidária – seja de direita ou de esquerda – ou não pertencem a nenhum partido político. O sindicato não atua com retaliações.

Afirmações como “educação e política não se misturam” contrariam completamente os ensinamentos de grandes educadores, com destaque para o patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Educar é um ato político!  É reconhecer o povo como sujeitos de direitos, tendo a sua formação para a cidadania centrada não no sentido partidário, mas num processo dinâmico no qual se expressa uma visão sobre o mundo, a centralidade nos sujeitos!

É com esse pensar que a APLB sempre agiu, especialmente nesse momento em que as/os trabalhadoras/es em educação da rede municipal enfrentam graves problemas em função das exigências e incompreensões da parte de quem gesta a educação no nosso município.

A APLB não tem descansado, buscando junto ao executivo municipal o diálogo para obter resultados positivos para qualificar as atividades do trabalho remoto; na formação para as/os trabalhadoras/es em educação; na adequação da rede física quando encaminhou, desde o inicio da pandemia, um indicativo de Protocolo de biossegurança; na devolução de gratificações e dos auxílios transporte e alimentação retirados e não devolvidos; na vacinação para todas/os; do não respeito à jornada de trabalho; da ajuda financeira pelo excesso de gastos com energia e internet, dentre outras pautas.

A APLB e a categoria sempre tiveram como maior preocupação o aprendizado dos alunos da rede municipal e, por isso, nunca deixaram de desempenhar as suas atribuições desde o inicio da pandemia. Ressalte-se que os professores não recebem a ajuda necessária da SMED, seja material, pedagógica ou psicológica.

É dessa forma que a APLB atua. Nos seus anais, as grandes conquistas acumuladas mostram que em 69 anos de luta sempre esteve do lado certo da história, tendo como bandeiras principais a defesa da educação púbica de qualidade, dos direitos dos trabalhadores, especialmente dos as/os trabalhadoras/es em educação, da soberania nacional, do Estado Democrático de Direito.

Na rede municipal são muitas conquistas acumuladas, sendo que uma das mais importantes diz respeito ao processo da escolha de gestoras/es, através do voto direto e secreto pela comunidade escolar, que se caracteriza como um dos pilares importantes para a consolidação da gestão democrática na escola. Fruto dessa conquista há gestores da rede municipal que mantém o ambiente de trabalho num clima democrático, onde o diálogo facilita as relações interpessoais, onde o respeito faz da tarefa algo transformador, agradável e estimulante. Essa prática precisa ser adotada em todas as 431 escolas da rede.

 Por fim, é imperativo, nesse momento, que atuemos junto à entidade representativa da categoria – APLB-Sindicato – com UNIDADE, FORÇA E RESISTÊNCIA, armas que dispomos para os enfrentamentos que estão postos e os que virão, bem como a defesa da VIDA por ser o bem maior que o ser humano tem.

A APLB-SINDICATO NA LUTA SEMPRE!

VACINA JÁ PARA TODAS/OS!

FORA BOLSONARO!

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